Fonte da imagem: AQUI.
Mais
um caso com variações…
A. Os
dicionários portugueses e brasileiros registam Corão e Alcorão, sendo o Aurélio a exceção, pois apresenta um
único verbete: Alcorão.
B. Quanto aos
vocabulários, no do Portal da Língua
Portuguesa, encontramos apenas Alcorão; o
da Academia Brasileira de Letras
acolhe as duas versões.
C. A aceitação
de Corão
é relativamente recente (embora haja, para as fontes que admitem as duas, uma versão
preferencial: Alcorão),
como podemos confirmar nos pontos seguintes.
1. Cândido de
Figueiredo, no Dicionário de Língua Portuguesa, em 1913, regista apenas Alcorão.
2. No seu
blogue, Helder G. apresenta a posição do Prof. Vasco Botelho de Amaral sobre o
assunto, em 1943:
«E porque falei em Alá, aproveito a oportunidade para lembrar que o
livro sagrado da religião maometana se denomina alcorão. Ora, como o artigo
árabe corresponde em tradução ao artigo português, há por aí algumas pessoas
(até autores de livros de certa responsabilidade) que imaginam ser errado dizer
o alcorão, e chamam antes (talvez por imitação do francês ou do espanhol) corão
(sic!) ao livro sagrado dos Árabes. E raciocinam: o alcorão equivale a — o o corão,
pois al = o. Tal imaginação é algo ridícula, visto que, se passarmos a
substituir alcorão por corão, nesse caso a lógica mandará que,
disparatadamente, chamemos finete ao alfinete, gibeira, à algibeira, mofada à
almofada e assim por diante… Em português a denominação correcta
da bíblia muçulmana só deve ser, pois, alcorão!»
(In http://letratura.blogspot.pt/2007/03/coro-e-alcoro-outra-vez.html,
acedido em 1/01/2013)
CONCLUSÕES:
Forma
preferencial: Alcorão (do árabe al-qurān, «a Leitura»)
Corão é possível,
mas pouco recomendável
Notas:
1. No
seu blogue, o Professor Cláudio Moreno, do Brasil, assume uma posição muito próxima da do
Prof. Vasco Botelho de Amaral. Leia-a AQUI.
2. Embora
no texto do Prof. Vasco Botelho de Amaral seja utilizada a minúscula, ao
designarmos o livro sagrado, devemos usar a maiúscula. Minúscula só para nos
referirmos à religião maometana (islamismo).
Abraço.
AP
Nada recomendável. Boa para franciús.
ResponderEliminar- Montexto
Já tinha dito cá em casa que o montexto não ia deixar passar o "Corão". Nem com o rótulo "pouco recomendável"...
EliminarConcordo com os argumentos que sustentam que devemos dizer "Alcorão", mas parece-me uma causa perdida, dado que tanto a Priberam como Porto Editora já se renderam.
AP
Gostei imenso do texto!
ResponderEliminarPassei para lhe dar as boas vindas lá no Educadores Multiplicadores. E gostei muito do teu espaço!
Abraço fraterno.
Bom ano de 2013 pra ti!
Muito obrigado, Vanessa!
EliminarAbraço tb pra ti e que 2013 venha recheado de esperança e não nos retire a capacidade (e a vontade) de sonhar!
AP
Parece que esses tais só existem para se renderem e abdicarem.
ResponderEliminarMas eles que façam o que quiserem, que nós fazemos outro tanto.
Vá-se lá ver se o Franciú precisa de Alcorão, e se não lhe basta Corão. O Tuga devia bastar-se com a prata da casa. Mas a enxurrada de traduções foi tal e tamanha e por tanto tempo, e os traduzideiros têm o miolo tão mole, que furou. Furados já estavam eles.
- Montexto
Como todos nós sabemos, a permanência dos árabes, por sete séculos, na Península Ibérica (onde hoje ficam Portugal e Espanha) contribuiu com centenas de vocábulos para o Português, muitos deles curiosamente iniciados pela letra A: almôndega, alfândega, almoxarife, almofada, açafrão, açouge, açúcar, açude, adaga, alcova, alcunha, aldeia, alface, algema, algodão, algoz, alicerce, almíscar, alvará, arrabalde, arroba, arroz, azeite, entre outros.
ResponderEliminarEste AL ou A era o artigo árabe usado antes dos substantivos; nossos antepassados simplesmente incorporaram essa partícula nas palavras que ouviam, sem ter a consciência de sua natureza de artigo. Basta compararmos nosso açúcar e nosso algodão com o sugar e o cotton do Inglês, o sucre e o coton do Francês, e o zucchero e o cotone do Italiano, línguas que nunca estiveram em contato direto com o Árabe. Por esse mesmo motivo, enquanto o Inglês prefere Koran, nós preferimos a forma com o artigo Al já assimilado. Há quem prefira simplesmente Corão, por se assemelhar mais ao termo árabe aportuguesado; respeito a opção, mas não vejo razão para contrariar o que nossa tradição já fixou tão bem. Agora, o que não engulo é aquela teoriazinha, defendida por algumas “sumidades”, de que é preferível Corão porque “o Alcorão”, com a presença dos dois artigos (o nosso e o árabe) seria uma forma de pleonasmo.
ResponderEliminarEu morro, mas não vejo todas as manifestações da ignorância humana! Por esse mesmo raciocínio de jerico, seria melhor usar camisas de godão e botar zeitonas na empadinha.
http://wp.clicrbs.com.br/sualingua/2009/05/08/alcorao-ou-corao/
Acho digna a discussão, mas até mesmo sites que tratam do conteúdo utilizam as duas formas
ResponderEliminarPor exemplo: http://corao.online
SALAM
ResponderEliminarEU DISCORDE DESTE DISCURSO
NA VERDADE Al Corao vem do espanhol e Koran fonte arabe
O artigo está fundamentado, cara Simone. Quais são as suas fontes?
EliminarCptos.