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agosto 30, 2012

.genuíno ou genuino?


A resposta é… genuíno!

A explicação para este acento agudo está no texto do Novo Acordo, mas já vem de 1943 (Brasil) e 1945 (Portugal).
A Base X sobre a acentuação das vogais tónicas i e u das palavras oxítonas (agudas) e paroxítonas (graves) determina que há acento quando o u e i tónicos são antecedidos de vogal com que não formem ditongo e seguidos de consoante com que não constituam sílaba.
Analisemos a palavra: ge-nu-í-no.*
a) O u está integrado numa sílaba diferente e não forma ditongo com o i tónico: nu-í;
b) O i tónico não constitui sílaba com a consoante que vem a seguir: í-no.

Abraço.
AP

*Se fosse uma translineação, a divisão das sílabas seria diferente.

agosto 29, 2012

.foto-reportagem, foto reportagem ou fotorreportagem?


A grafia correta é fotorreportagem.
A justificação está na base XVI, ponto 2. a): “a) Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s, devendo estas consoantes duplicar-se, prática aliás já generalizada em palavras deste tipo pertencentes aos domínios científico e técnico. Assim: antirreligioso, antissemita, contrarregra, contrassenha, cosseno, extrarregular, infrassom, minissaia, tal como biorritmo, biossatélite, eletrossiderurgia, microssistema, microrradiografia.
Esta procedimento de formação de palavras por prefixação, que já era aplicado a algumas palavras (por exemplo, em fotossíntese, biorritmo e biossatélite), generalizou-se com a entrada em vigor do Novo Acordo.
Há uma única exceção a ter em conta: sempre que o segundo elemento for um estrangeirismo, sigla ou nome próprio, o hífen é obrigatório. Exemplos: anti-stress (antiestresse no Brasil, uma vez estresse já não é estrangeirismo), anti-Sócrates, anti-SNS*.
Até amanhã.
AP

*Serviço Nacional de Saúde.

agosto 28, 2012

.“arbusto” e “árvore” são da mesma família?

Foto tirada no Hotel Convento de São Paulo (Aldeia da Serra-Redondo)
 
Numa conversa no café, um amigo fez-me esta pergunta. Após a pesquisa em várias fontes, encontrei uma resposta simples e completa no Ciberdúvidas publicada em 2007:
“A palavra árvore teve origem no substantivo latino arbore(m). A palavra arbusto provém igualmente da língua latina: do substantivo arbustu(m) e do adjetivo arbustus.
Na língua portuguesa, arbore evoluiu para árvore por influência da linguagem popular. A palavra arbusto, por ser menos usada, manteve-se mais próxima da palavra original. Como é evidente, árvore e arbusto pertencem à mesma família.”
Voltarei amanhã com mais um dilema.
AP

agosto 27, 2012

.açoreano ou açoriano?

 
A resposta é açoriano. A justificação está na Base V (vogais átonas) do texto do Acordo Ortográfico, c):
Escrevem-se com i, e não com e, antes da sílaba tónica/tônica, os adjetivos e substantivos derivados em que entram os sufixos mistos de formação vernácula -iano e -iense, os quais são o resultado da combinação dos sufixos -ano e -ense com um i de origem analógica (baseado em palavras onde -ano e -ense estão precedidos de i pertencente ao tema: horaciano, italiano, duriense, flaviense, etc.): açoriano, acriano (de Acre), camoniano, goisiano (relativo a Damião de Góis), siniense (de Sines), sofocliano, torriano, torriense [de Torre(s)].
Dito de uma forma mais simples, as terminações –iano e –iense (com pronúncias muito variadas) são sempre com i.

Observações:
1. Não há referências às regras a aplicar a estas terminações na Reforma de 1911 (adotada em Portugal e estendida ao Brasil cerca de 20 anos depois).
2. No Formulário de 1943 (Brasil) preveem-se casos de dupla grafia com e e i (por exemplo, cardeal/cardial), mas nada se diz sobre as terminações –iano e –iense.
3. Na Norma de 1945 (Portugal) também são aceite grafias duplas com e ou i (como ameaça/amiaça), mas açoriano já só escrevia apenas com i como atualmente.

Abraço para todos, em especial para a internauta que enviou a pergunta.
AP

agosto 26, 2012

.GIBRALTAR pronuncia-se “Gibráltar” ou “Gibraltár”?

Uma das linhas de força deste espaço será o levantamento e esclarecimento de dúvidas línguísticas, tudo devidamente fundamentado.
O primeiro dilema é fonético e centra-se na pronúncia da palavra Gibraltar. Vamos à resposta:
Este caso parece “não ter espinhas”! A palavra, de origem árabe (corruptela de Jabal-al-Tariq «Monte de Tariq»), é oxítona (aguda), pelo que a pronúncia recai na última sílaba: Gibraltar. A conclusão é válida para as duas normas: a luso-africana e a brasileira.

Bom resto de domingo!
AP