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março 30, 2016

NÚMERO e ALGARISMO são a mesma coisa?


Não é raro depararmos com aplicações incorretas dos termos número e algarismo. Sistematizemos as diferenças no quadro que segue, concluindo com exemplos que certamente dissiparão todas as dúvidas.

NÚMEROS
ALGARISMOS
Exprimem a ideia de quantidade.
São símbolos, sinais gráficos com que se representam os números.
Com os 10 algarismos (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9) que utilizamos no sistema decimal, podemos formar todos os números.
Exemplos:
. 8 é um número com o algarismo 8;
. 23 é um número formado com os algarismos 2 e 3;
. 3297 é uma número com 4 algarismos: 3, 2, 9 e 7;
. Com os algarismos 3 e 7, podemos formar os números 37 e 73.
. Em Portugal, os números de telefone são constituídos por nove algarismos.
NOTA: Muitas vezes, usa-se DÍGITO como sinónimo de ALGARISMO.

Podemos dizer que o número está para a palavra como o algarismo está para a letra!

Abraço.
ProfAP
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Nós, os pobres, somos como o algarismo zero, que por si só nada vale e faz valer a cifra que a ele se junta - tanto mais quanto mais zeros lhe forem acrescentados.
Mateo Alemán

março 29, 2016

O símbolo € deve ser colocado antes ou depois da quantia?

Embora encontremos o símbolo € tanto antes como depois da quantia, como vamos ver, há uma regra clara a aplicar ao seu uso.

Segundo o Código de Redação Interinstitucional da União Europeia(…), «o código EUR ou o símbolo € colocam-se depois do montante, separados por um espaço: um total de 30 EUR ou um total de 30 €». Nos textos de língua inglesa, o símbolo € coloca-se antes dos dígitos, à semelhança do que acontece com o símbolo da libra ou do dólar, como é da tradição anglo-saxónica.
Resposta dada no Ciberdúvidas, em 2011.

Abraço.

ProfAP
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março 25, 2016

De onde vem a palavra VIRILHA?


Que VIRILHA venha do latim não é de espantar. Surpreendente mesmo é o sentido considerado obsceno que o termo tinha na origem (e até à Idade Média): “partes sexuais do homem”!
Depois de um processo evolutivo lento, a palavra "limpou-se" e passou a designar apenas os músculos que ligam à coxa ao tronco...

CONCLUSÃO:
Virilha vem do latim virilĭa, «partes sexuais do homem».

Abraço.
ProfAntónio
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março 21, 2016

De onde vem a palavra PRIMAVERA?

Verdadeiras obreiras da fertilidade, as abelhas já trabalham na horta. Lá mais prò inverno, as laranjas estarão prontas a colher...

A Infopédia e o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado, coincidem na informação sobre a origem da palavra (prima- vera-), mas diferem nos sentidos que lhe atribuem. Enquanto a Infopédia diz que é “primeiro verão”, para José Pedro Machado é “primeira estação” (opinião corroborado por outras fontes como o sítio brasileiro Origem da Palavra), uma vez que na Europa ela era a primeira estação do ano.

RESPOSTA:
PRIMAVERA vem do latim prima- vera-, «primeira estação».

Enquanto não chega o verão (a minha estação preferida!), que a primavera vos renove a esperança e vos alegre o coração!


ProfAntónio

março 19, 2016

Governo da Extremadura declara português "prioridade aboluta"!



O responsável da Educação na região espanhola da Extremadura, César Díez Solís, considerou este sábado “inquestionável” que o português represente uma “prioridade absoluta” na política educativa desta comunidade autónoma espanhola.
“Estamos a dar passos importantes para potenciar o português. Não apenas pela proximidade com Portugal, mas pela dimensão que está a adquirir a língua portuguesa a nível internacional, com a projeção de países emergentes como Brasil”, disse.
Díez Solis, que falava nas segundas Jornadas de Língua e Cultura Lusófonas, organizadas pela Associação de Professorado de Português na Extermadura (APPEX), destacou os esforços que têm sido feitos pelo Governo regional tanto junto da comunidade educativa como da cidadania em geral.
Além do português no ensino obrigatório destacou o apoio dado ao ensino em escolas oficiais de idiomas, segundo um comunicado do Governo regional.
O português, disse segundo a nota, é o segundo idioma na primária e terceiro no ensino secundário em centros educativos da região, com três escolas onde se aplica o bilinguismo, com espanhol e português.
Uma oferta que se alarga ao Programa de Língua e Cultura Portuguesa, ao Instituto de Línguas Modernas da Universidade de Extremadura, e à participação ativa dos centros educativos em vários programas conjuntos com Portugal.
Entre outras iniciativas destacou ainda o programa “Falamos português” emitido semanalmente pela televisão regional, o Canal Extremadura.
No encontro de hoje Díez Solís anunciou o arranque de um novo portal para a aprendizagem do português, que será o “embrião” de um banco de recursos disponíveis na rede sobre a língua portuguesa.
Fonte: Jornal de Notícias
Foto: Jovem espanhol aprende a escrever em português. Badajoz, Espanha, 22 de julho de 2010. NUNO VEIGA/LUSA
Notícia de novembro de 2013, transcrita de http://observalinguaportuguesa.pt

Abraço.

ProfAP

março 17, 2016

Diz-se "Gulbênkian" ou "Gulbenkiã"?


Os caminhos trilhados para dar uma resposta à questão de hoje quase provocavam incidente diplomático devido à ignorância aqui do “artista”…
Em relação a palavras de outras línguas integradas em textos em português, segundo o Ciberdúvidas, “devemos respeitar a grafia dos estrangeirismos, bem como a sua pronúncia.
Partindo desta regra simples, levanta-se o problema de identificar a origem da palavra estrangeira e saber como ela é pronunciada nessa língua. Embora estejam já disponíveis online instrumentos de consulta que nos dão a transcrição fonética, desgraçadamente não incluem topónimos (nomes de lugares) nem antropónimos (nomes próprios de pessoas).
E chegamos ao tal incidente... Como tinha a informação de que Calouste Gulbenkian nasceu na Turquia, tive a infeliz ideia de telefonar para a respetiva embaixada para confirmar como se pronunciava o nome. Mal fiz a pergunta, tive uma reação vigorosa da interlocutora: “Telefonar para a embaixada da Turquia a fazer essa pergunta é uma grave gafe diplomática!” Quando argumentei que o senhor tinha nascido na Turquia, mais uma resposta num tom indignado: “Esse senhor é arménio. Repito: a sua pergunta é uma grave gafe diplomática!” Justifiquei-me como pude, dizendo que a minha pergunta não tinha como objetivo ofender fosse quem fosse. Acrescentei que não era necessário aquele tom e que poderia ter havido um pouco mais de simpatia na resposta. Aí, foi-me dito que, dadas as circunstâncias, a resposta teve toda a simpatia possível.
Logo após a conversa telefónica, apesar de abalado, lembrei-me de ter visto há alguns anos um documentário sobre as relações tensas entre a Turquia e a Arménia (e entre a Arménia e o Azerbaijão), devido a acontecimentos durante e após a primeira guerra mundial. O facto de desconhecer que Calouste Gulbenkian era arménio (naturalizado britânico em 1902) foi-me “fatal”…
Depois de recuperar o ânimo, parti para mais um telefonema, desta vez para o consulado da Arménia em Lisboa. Para já, não há nada para vos contar, pois em todas as tentativas obtive como resposta uma mensagem a dizer que o número não estava contactável.
Com uma pesquisa online mais aprofundada, lá consegui uma resposta que me parece fidedigna. Diz José Mário Costa (jornalista e cofundador, com João Carreira Bom, e responsável editorial do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa): “tão asneirenta como a moda que pegou do Gulbênkian, em vez de Gulbenkiã, como o próprio Gulbenkian pronunciava."

RESPOSTA:

Gulbenkian pronuncia-se Gulbenkiã (palavra oxítona).

NOTA: Logo que consiga entrar em contacto com o consulado arménio, partilharei o resultado da conversa.

Abraço.

ProfAP
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março 13, 2016

A animação deve ser SÓCIO-CULTURAL ou SOCIOCULTURAL?

Hífen legítimo ou clandestino?

Com origem no latim sociu (“companheiro”), o elemento de formação de palavras socio- gera muitas dúvidas no espírito dos falantes no momento de decidir se há ou não hífen.
A questão não é nova. Tanto o AO90 como as reformas anteriores são omissos em relação ao assunto, pelo que temos de recorrer ao «Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa», de Rebelo Gonçalves (obra publicada em 1947, mas que continua a ser de grande utilidade), que determina o uso de hífen:
«Nos compostos em que entram, morfologicamente individualizados e formando uma aderência de sentidos, um ou mais elementos de natureza adjectiva terminados em o e uma forma adjectiva.»
São exemplos da aplicação desta regra grafias que todos conhecemos como físico-químico, trágico-marítimo, latino-cristão, grego-latino e afro-negro.
Nos casos acima enumerados ambos os elementos são de natureza adjetiva e encontram-se morfologicamente individualizados. O mesmo não acontece socio-: não tem vida própria e é de natureza substantiva e não adjetiva.

CONCLUSÃO
A grafia certa é sociocultural.

A regra é simples: não há hífen em nenhuma palavra com o elemento socio-. Assim, devemos escrever sociocultural, sociolinguística, sociopolítico, sociodrama, sociocracia, socioeconómico, socioafetivo, socioambiental, socioemocional, sociofamiliar, socioinstitucional, sociopatológico, sociotécnica, etc.
Obs.: O caso de sócio-gerente é diferente. É um nome composto em que o primeiro elemento é um nome com vida autónoma.

Abraço.
ProfAP
Fonte consultada: Ciberdúvidas.
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