Hífen legítimo ou clandestino?
Com origem no latim sociu (“companheiro”), o elemento de formação de palavras socio- gera muitas dúvidas no espírito
dos falantes no momento de decidir se há ou não hífen.
A questão não é nova. Tanto o AO90 como as reformas anteriores são omissos em relação ao assunto,
pelo que temos de recorrer ao «Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa», de
Rebelo Gonçalves (obra publicada em 1947, mas que continua a ser de grande
utilidade), que determina o uso de hífen:
«Nos compostos em que
entram, morfologicamente individualizados e formando uma aderência de sentidos,
um ou mais elementos de natureza adjectiva terminados em o e uma forma adjectiva.»
São exemplos da aplicação desta regra grafias que todos conhecemos como físico-químico,
trágico-marítimo, latino-cristão, grego-latino e afro-negro.
Nos casos acima enumerados ambos os elementos são de
natureza adjetiva e encontram-se morfologicamente individualizados. O mesmo não
acontece socio-: não tem vida
própria e é de natureza substantiva e não adjetiva.
CONCLUSÃO
A grafia certa é sociocultural.
A regra é simples: não há hífen em nenhuma palavra com o elemento socio-. Assim, devemos escrever sociocultural, sociolinguística,
sociopolítico, sociodrama, sociocracia,
socioeconómico, socioafetivo, socioambiental,
socioemocional, sociofamiliar, socioinstitucional,
sociopatológico, sociotécnica, etc.
Obs.: O caso de sócio-gerente é diferente. É um nome
composto em que o primeiro elemento é um nome com vida autónoma.
Abraço.
ProfAP
Fonte consultada: Ciberdúvidas.
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