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novembro 28, 2014

.De onde vem a palavra SÁBADO?

 

Não são unânimes as opiniões em relação à origem da palavra sábado. Embora haja quem situe essa origem no árabe, o mais provável é os dias da semana terem origem no sistema judaico-cristão, como defende o Ciberdúvidas.
A nossa palavra sábado tem origem remota no hebreu «sahabbat» (repouso, descanso), que entrou em português pelo latim «sabbatu(m)».
O primeiro sábado era o nosso actual domingo. O segundo sábado era a nossa actual segunda-feira, e assim até sexta-feira. O nosso actual sábado era apenas «sahabbat» no hebreu («sabbatum» em latim).
Note-se que, tanto «sahabbat» (hebreu) como «feria» (latim) significam descanso. Parece, pois, muito mais lógico haver influência hebraica do que moura. Note-se que os mouros habitaram principalmente o Sul (lembremo-nos do bairro da Mouraria em Lisboa); e não o Norte, onde nasceu Portugal. Lembremo-nos de que, mais ainda para o Norte, na Galiza, há as designações de «carta feira», «quinta feira» e «sesta feira» ao lado de mercoles, xoves e vernes.
Parece mais lógico os nomes dos nossos dias da semana terem origem no sistema judaico-cristão do que no árabe.
Fonte: Ciberdúvidas.

Que o dia de amanhã seja um ótimo sábado para todos!
AP
Imagem encontrada AQUI.

novembro 24, 2014

.glicémia OU glicemia?


Este tipo de palavras terminadas em -emia é, na maioria das vezes, de origem grega. O étimo – aima – é grego, significa sangue e é componente destas e de outras palavras com terminação semelhante. (…)
Na língua de origem, aimía (aima +sufixo -ia) tem o acento tónico no i.
Ora, mandam as normas que, ao importar termos estrangeiros, a língua importadora seja fiel à etimologia, conservando a acentuação de origem.
Sendo assim, embora esteja cada mais generalizada a outra forma de pronunciar estas palavras, o correcto será ler e escrever: glicemia, leucemia, alcoolemia, acentuando o i.In http://www.algodres.com/02/02.1.2.1.htm

Questão resolvida? De maneira nenhuma! O que é afirmado na extrato acima transcrito é válido a 100%... mas apenas para o Brasil!
Sendo verdade que a etimologia justificaria que palavras como glicemia fossem paroxítonas (graves), em Portugal, a coexistência, nalguns casos, de duas pronúncias leva os dicionários e o Portal da Língua Portuguesa a validá-las.

CONCLUSÕES:

PORTUGAL

BRASIL

glicemia (grafia preferencial)

ou

glicémia

apenas glicemia

(Os dicionários brasileiros e a Academia de Letras são unânimes)

Abraço.
AP
Imagem encontrada AQUI.

novembro 19, 2014

.nádega OU nalga?

 
Este é um caso muito interessante em que as duas palavras têm a mesma origem, mas distintos percursos de entrada na nossa língua. Curioso é o facto de encontrarmos também duas grafias no latim: nates (latim clássico) e natĭca- (latim popular).

NÁDEGA
Do latim vulgar natĭca-, derivado do latim clássico nates.
Séc. XIV: “…mandoulhes reer a meatade das barvas, e mandou-lhes talhar as vestiduras ataa as nadigas”.
NALGA
A origem da palavra é a mesma (natĭca-, nates). A dúvida é como terá entrado na língua portuguesa.
1. Poderá ser uma alteração popular, através da suavização fonética. É mais fácil dizer “nalga” do que “nádega”.
2. Será um castelhanismo? No espanhol, não existe o termo “nádega”, mas apenas “nalga”, cujo processo de evolução é natis, natica à nadiga à nalga.
Em português, já se atesta o termo no séc. XVI: “…o Mouro com a acostumada crueldade, o mandou lançar no chão & dar-lhe muitas pancadas nas nalgas, & nas plantas dos pés…

Parece que “chegar a roupa ao pelo” ao cristão já era apetecível na época…
FONTES
.Dicionários Priberam e Infopédia.
.Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa (JP Machado).

Abraço.
AP
Imagem adaptada dAQUI.


novembro 16, 2014

.Há uma vagina escondida em cada baunilha?


Sossego os leitores mais pudicos: o assunto da mensagem é, como sempre, a língua portuguesa. A decência e os bons costumes serão respeitados...
Respondendo à pergunta de hoje, posso garantir que há mesmo uma vagina em cada vagem de baunilha!

Viajemos no tempo…
Após a queda do império asteca, os invasores descobriram a planta da baunilha e chamaram-lhe vainilla, um diminutivo de vaina, que quer dizer bainha em espanhol. Por sua vez, vaina vem do latim vagina. Tudo por causa da forma das plantas, que precisam ser abertas e divididas para a extração dos grãos…
A grafia atual foi antecedida pelo português antigo bainilha.
Fontes:

Um bom resto de domingo para todos os utentes da língua portuguesa!
AP
Imagem encontrada AQUI.

novembro 15, 2014

.estádio OU estadio?


Afinal, quando nos referimos a uma “fase definida” (num processo, numa doença, etc.), como devemos dizer: estádio, estadio ou tanto faz?
Não é raro ouvirmos dizer, sobretudo na boca de médicos, “estadio”.
 
Encontrei neste documento a mesma grafia:
Os estadios de evolução do cancro de pele são os seguintes:

  • Estadio 0: O cancro está apenas limitado à camada superior da pele. É um carcinoma in situ.
  • Estadio I: A neoplasia já não está limitada à camada superior da pele, mas não excede os 2 centímetros de maior eixo.
  • Estadio II: A neoplasia já não está limitada à camada superior da pele e tem mais de 2 centímetros de maior eixo.
  • Estadio III: O cancro disseminou-se para estruturas adjacentes como as cartilagens, músculos, ossos ou para gânglios linfáticos adjacentes. Não atingiu outras partes do organismo.
  • Estadio IV: O cancro disseminou-se para outras partes distantes do organismo.

Nenhum dicionário, incluindo os de termos médicos, inclui “estadio”, pelo que podemos concluir que o uso desta grafia é não é correto.

CONCLUSÃO:
Para nos referirmos a uma fase num determinado processo (incluindo a evolução de uma doença), devemos dizer e escrever sempre:
estádio
Nota: Uma possibilidade de explicação para o uso de “estadio” por profissionais na área da medicina poderá ser o facto de existir o verbo estadiar (“determinar a fase de desenvolvimento de uma doença, em geral maligna”). É correto dizer "eu estadio". No entanto, o infinitivo estadiar forma-se a partir da junção "estádio+ar"...

Abraço.
AP
Fontes: Ciberdúvidas e Infopédia.
Imagem encontrada AQUI.

novembro 13, 2014

.contacto OU contato?


Recebi há pouco este email de um leitor do blogue:
Tenho encontrado frequentemente nas comunicações internas do Banco onde trabalho a palavra "contato", referindo-se a alguém ou a uma reunião agendada/a agendar:
. "o nosso contato na empresa X é o Senhor Y"
. "devemos contatar os clientes X e Y"
Também na comunicação social surgem estas palavras.
Tinha para mim que as letras que se pronunciavam (como na palavra "contacto") não sofriam alteração com o novo AO, mas confesso que nesta tenho dúvidas.
Podia esclarecer-me, por favor?

As reservas que o leitor tem em relação à grafia “contato” em Portugal têm toda a razão de ser.
Os erros mais frequentes na aplicação do AO90 ocorrem numa das regras mais importantes (e muito contestada em Portugal) da nova escrita: a BASE IV (das sequências consonânticas).
Esta Base tem três efeitos em relação ao c e p:
a) Conservam-se estas consoantes que são invariavelmente pronunciadas: adepto, pacto, rapto, sumptuoso (no Brasil dupla grafia: suntuoso e sumptuoso), ficção, apto, facto (no Brasil dupla grafia: fato e facto),  contacto (no Brasil dupla grafia: contato e contacto), etc.;
b) Eliminam-se nos casos em que são invariavelmente mudas: ação, afetivo, letivo, ótimo, diretor, batizar, ator, etc. (Já era assim no Brasil, desde 1943);
c) Conservam-se ou eliminam-se facultativamente quando há oscilação na pronúncia: antisséptico/antissético (no Brasil, apenas antisséptico), apocalíptico/apocalítico, sector/setor, carácter/caráter (no Brasil, apenas caráter), etc. Daqui resulta uma lista de algumas centenas de “duplas grafias” (cerca de 200 para Portugal e o triplo para o Brasil).

CONCLUSÃO:
PORTUGAL
BRASIL
contacto
contato
(mas também é correto escrever contacto, pois a norma brasileira permite uma dupla grafia)
A mesma regra (que não foi alterada pelo AO90) é aplicável a palavras da mesma família: contactar (em todos os tempos/modos), contactável, contactual, contactoterapia

Abraço.
AP
P.s.: Tendo dúvidas, consulte estas fontes oficiais:
-BRASIL:
Academia Brasileira de Letras (http://www.academia.org.br). Clique no VOLP, no topo da página (ao centro).
-PORTUGAL:
Portal da Língua Portuguesa (http://www.portaldalinguaportuguesa.org). Use o VOP, no topo da página (à direita).
Imagem encontrada AQUI.

novembro 12, 2014

.Qual a origem da palavra FRONTEIRA?


Eis mais um caso interessante no domínio da origem das palavras que encontrei no Ciberdúvidas. Não há consenso e temos duas explicações distintas: uma de Portugal e outra do Brasil. Não estando habilitado para, no domínio da etimologia, tomar o partido de uma delas, apresento-vos as duas teorias.

ORIGEM DA PALAVRA FRONTEIRA
PORTUGAL
BRASIL
A origem está no latim fronte («fronte, testa; ar, traços, fachada, parte exterior, aparência, aspeto») + eira, ou mesmo no nome (substantivo) latino frontaria (há registos desta palavra que datam de 1263 com o significado de «fronteira»).
A palavra portuguesa não teve origem direta no latim, mas é, sim, um nome (substantivo) adaptado do francês frontière. Este termo francês deriva, por seu turno, do francês front + -ière, que, por sua vez, deriva do latim frons.
Fontes:
1. Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa (JP Machado).

2. Infopédia
1. Dicionário Houaiss.


Abraço.
AP
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novembro 11, 2014

UM ou UMA enzima?

 
 
Seria de esperar que, em relação ao género (masculino/feminino), as palavras “saíssem ao seus” e mantivessem o género que tinham no antepassado mais longínquo.
Seria de esperar, mas nem sempre é assim, como o percurso da palavra de hoje vem provar…
Enzima, embora venha do francês enzyme (com origem no grego zýme, «fermento») que é masculino, deve ter tomado em português o género feminino talvez por terminar em -a.
Fonte: Ciberdúvidas.
 
CONCLUSÃO:
De dizer-se UMA ENZIMA!

Abraço.
AP
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novembro 05, 2014

.Qual a origem e significado do nome ANTÓNIO?

O António mais famoso!

Significado:
Inestimável, o que não tem preço, o que está na vanguarda.

Origem:
António, «talvez o nome mais popular da antroponímia portuguesa, permanece de origem obscura, se bem que alguns lhe encontrem etimologia etrusca que deu em latim ‘antonius’, “inestimável”, ou etimologia grega, ‘anthonomos’, “que se alimenta de flores”. É certo que existia já em Roma, designando uma “gens” famosa da qual o mais conhecido é Marco António». Isto é o que nos diz Orlando Neves no seu Dicionário de Nomes Próprios, editado pelo Círculo de Leitores.
In Ciberdúvidas

Abraço.
AP