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janeiro 31, 2013

.despensa ou dispensa?

A despensa veio dAQUI.

Ambas as palavras estão corretas, mas com sentidos bem distintos:
A. DESPENSA
Nome: "pequeno compartimento onde se guardam maioritariamente produtos alimentares". (Infopédia)

B. DISPENSA
1. Nome:  "ato ou efeito de dispensar ou de ser dispensado / "licença para não se fazer algo a que se está obrigado; permissão para não cumprir o que está estabelecido; isenção; escusa; desobriga". (Infopédia)
2. Verbo: forma do verbo dispensar.
 
Abraço.
AP.

janeiro 30, 2013

.máfia ou mafia?

Fonte da imagem: AQUI.

Esta foi a pergunta com que fui confrontado, hoje mesmo, na escola onde concluí em julho a minha carreira de professor de Português.
No momento, respondi que embora já tivesse ouvido mafia (acento tónico no i) sempre disse e escrevi máfia (palavra proparoxítona), mas que iria investigar a questão.
A. Na única resposta sobre o assunto que encontrei no Ciberdúvidas, F. V. Peixoto da Fonseca, em 25/08/2006, confirma o uso que faço da palavra: “Em italiano é Mafia, nome próprio, esdrúxula mas sem acento gráfico, conforme preceitua a ortografia da língua. E é assim que se deve também pronunciar em Portugal como no Brasil: /Máfia/. A pronúncia do vocábulo como grave (/Mafía/) é pois errada e causada pelo desconhecimento do italiano, que leva a querer sujeitar a palavra às regras de acentuação portuguesas. Quando aportuguesar, terá de se usar minúscula e acento agudo (aquela máfia) ao referirmo-nos a grupos indesejáveis.
B. Os dicionários online Priberam e Infopédia e o dicionário da Academia das Ciências de Lisboa consagram a palavra como proparoxítona. Este último diz que o termo é grafado com maiúscula quando designa “Sociedade secreta fundada em Itália, no século XIX, com a finalidade de garantir a segurança pública, posteriormente transformada em organização de malfeitores, acusada de diversos crimes.” Exemplo: “Em Itália, a Máfia constitui um estado dentro do Estado”; com minúscula quando se designa “Organização secreta de traficantes e criminosos.” Exemplo: “uma máfia a quem interessa a continuação do clima de violência.
C. Para o Portal da Língua Portuguesa, a grafia correta é, mais uma vez, máfia.
D. Tanto o VOLP da Academia Brasileira de Letras como os dicionários brasileiros disponíveis online são unânimes: máfia.

Conclusão:
Em Portugal como no Brasil: máfia.

Abraço.
AP

janeiro 29, 2013

.demais ou de mais?

Fonte da imagem: AQUI.

Este é um verdadeiro bico de obra da nossa língua. O assunto, mais do que qualquer outro, terá de ser apresentado por pontos para evitar baralhar as ideias. As minhas e as vossas...

1. A maneira mais simples que sempre segui para ajudar os meus alunos a tomar, com um grau de certeza elevado, a decisão certa foi dar-lhes duas dicas:
A. De mais é equivalente a “demasiado”, "a mais” e, ao contrário de demais, é substituível por “de menos”. Exemplo: “Ele come gelados de mais.”
B. Nos casos não abrangidos em A., a opção certa é, muito provavelmente, demais, que pode significar “além disso” (“Não, não te vou perdoar; demais, nem desculpa me pediste!”) ou “os restantes”/“os outros” (“Os alunos da fila junto à porta podem sair. Os demais aguardam mais um minuto.”).
2. Na rubrica “Pelourinho” do Ciberdúvidas (AQUI), Regina Rocha:
a) defende que se deve escrever de mais para exprimir a noção de quantidade (“Nenhuma vida é de mais.”);
b) para exprimir a intensidade (correspondente a “muitíssimo”, “em demasia”), propõe demais (advérbio de modo) como intensificador de formas verbais, advérbios ou adjetivos. Dá como exemplos: «Aquele rapaz dorme demais.» «A jarra é frágil demais; vai partir-se.» «Para aquele pasquim, ele escreve bem demais
3. O FLIP, nas “Dúvidas Linguísticas”, faz uma abordagem aprofundada do assunto, recorrendo a várias fontes. Para Rebelo Gonçalves, por exemplo, de mais pode ser associado a quantidade, mas também a intensidade, contrariando a posição de Regina Rocha (referida no ponto 2.). Transcrevo o parágrafo final da resposta:
Por este motivo, excluindo os dois contextos referidos inicialmente (ex.: entregou a certidão, mas os demais documentos serão enviados pelo correio; considerou o resultado insuficiente, demais nunca gostara daquele serviço), poderá ser opcional o uso de de mais ou de demais. Por outro lado, a expressão de mais pode ainda corresponder apenas à preposição de seguida do pronome indefinido mais, sem qualquer unidade sintáctica ou semântica (ex.: serviu-se de [mais] arroz; a entrada de [mais] pessoas pode criar problemas de sobrelotação; precisava de [mais] dinheiro) e nesse caso, obviamente, não poderá ser utilizada a forma demais.
4. O blogue http://linguamodadoisec.blogspot.pt apresenta uma explicação semelhante à referida em 1., mas acrescenta: “No entanto, tem havido uma tendência crescente para escrever a locução de mais como uma só palavra, a tal ponto, que alguns dicionários, como o Priberam (da Texto Editores), já atestam que demais significa o mesmo que demasiado, assim como algumas gramáticas, como a Saber Falar, Saber Escrever (Dom Quixote), incluem demais nos advérbios de quantidade.
Mais uma vez, conclui-se que os falantes é que vão moldando a língua de acordo com a sua vontade.
5. No Brasil, a tendência é optar, na generalidade dos casos, por demais. Veja esta explicação que encontrei em http://g1.globo.com/platb/portugues/2008/09:
Demais OU de mais?
1) DEMAIS significa “excesso, muito, demasiadamente ou o restante”: “Ela trabalha demais”; “Comeu demais”; “Os demais podem voltar para casa”.
2) DE MAIS equivale a “a mais”, opõe-se a “de menos”: “Recebeu dinheiro de mais (= a mais)”; “Não tem nada de mais (nada de menos)”.
6. Leia uma explicação de Cláudio Moreno (Brasil) mais desenvolvida, clicando AQUI.
7. Para a explicação mais completa sobre o assunto que encontrei (no Ciberdúvidas), clique AQUI.


8. CONCLUSÕES (para toda a lusofonia):
1. Como dica orientadora, transcrevo um extrato do artigo referido no ponto anterior: “Regra prática para escolher a forma adequada: opor de mais a de menos. Se de menos for possível, é natural que de mais também seja possível.”
2. Se estiver em estado desesperado ou em dúvida (mesmo depois de aplicar o teste com o “de menos”), escreva demais!
3. Se for professor(a), seja tolerante, pois esta é uma matéria que não tem nada de simples e as fontes não são coincidentes. Pode aceitar opcionalmente demais ou de mais, exceto quando o sentido for “os outros” ou “além disso”. Aí, só pode ser demais.

Abraço.
AP

P.s. De mais é uma locução adverbial, enquanto demais pode ser um pronome ou um determinante demonstrativo (quando significa “os outros”), um advérbio (quando corresponde a “além disso”) ou um adjetivo (“Ela é demais!”).

janeiro 28, 2013

.mau-estar, mal-estar ou ambas as formas?

Fonte da imagem: AQUI.

Desta vez, trago-vos um dilema simples de resolver, o que é uma raridade na língua portuguesa... Infelizmente, o uso (sempre incorreto) de "mau-estar" é muito mais comum do que seria desejável. 
Para a resposta, transcrevo, com a devida vénia, as mensagens  publicadas em dois blogues que consulto com regularidade e recomendo vivamente.

1. http://linguamodadoisec.blogspot.pt (5.05.2009):

Mal-estar ou mau-estar?
Quando sentimos uma indisposição ou um incómodo, devemos dizer que sentimos um mal-estar ou um mau-estar?
Por hipótese, a palavra estar poderia coocorrer com o adjectivo mau, uma vez que é, neste composto, um nome, formado por conversão a partir do verbo estar.
Porém, a expressão consagrada pelos dicionários é mal-estar, palavra composta pelo advérbio mal e pelo nome estar, que ainda conserva traços verbais (ou seja, invertendo os elementos, teríamos: «estar mal»).
Mas há um argumento ainda mais forte! Reparem que a expressão oposta é bem-estar e não bom-estar!

2. http://letratura.blogspot.pt (30.08.2008)*1:
«Mal-estar», não «mau estar»
Mau, mau
      Parece que pouco há a fazer: o cidadão comum, os jornalistas e os professores dizem e escrevem
«mau estar». Esquecem-se de que mal é advérbio e se opõe a bem e mau é adjectivo e se opõe a bom. Se fossem coerentes, também diriam e escreveriam o antónimo assim: «bom estar». Mas na ignorância, tanto quanto tenho visto, não há coerência.
Actualização em 21.06.2010
     Mas há mais quem tenha escrito desta forma: «Isabela não tinha por hábito impressionar-se com facilidade, mas havia neste homem qualquer coisa que lhe causava
mau-estar, acrescido ainda pela sensação de náusea proveniente do seu bafo avinhado, e que era quase insuportável» (Isabela, Ethel M. Dell. Tradução de Fernanda Rodrigues. Lisboa: Editorial Minerva, s/d, pp. 227-28).
*1 – Novo endereço deste blogue de consulta indispensável: http://linguagista.blogs.sapo.pt.

Boa semana!
AP
Nota: Também para o Brasil, a norma determina que mal-estar é a forma correta. E o plural, qual é? Ei-lo: mal-estares!

janeiro 27, 2013

.Como se pronunciam os plurais "acordos" e "molhos"?

Fontes das imagens: AQUI e AQUI.

Vamos já às respostas para os desafios de hoje!
1. O plural do nome acordo é acordos (pronunciado “acôrdos”, com o fechado).
2. Quanto ao plural molhos, a regra é simples: o o aberto ou fechado do singular transita para o plural.

Exemplos:
- Quero um molho doce e dois molhos salgados. (pronuncia-se “môlhos”, com o fechado).
- Dê-me um molho de coentros e dois molhos de salsa. (diz-se “mólhos”, com o aberto).

Abraço.
AP

janeiro 26, 2013

.câmera ou câmara?

Fonte da imagem: AQUI.

Mais um caso complicado!
1. No Grande Dicionário da Porto Editora e no Dicionário Verbo encontramos apenas câmara.
2. O Dicionário da Língua Portuguesa da Academia das Ciências de Lisboa regista ambas as palavras. Apresenta câmera  como um brasileirismo, significando "máquina de fotografar ou filmar, aparelho de captação de imagens televisivas e a parte opaca que constitui o corpo da máquina fotográfica".
3. Tanto no Portal da Língua Portuguesa como na Academia Brasileira de Letras apresentam as duas formas sem qualquer observação.
4. O dicionário online Priberam, ao contrário do da Porto Editora, que só contém câmara, dá-nos câmera como sinónimo de câmara.
5. O FLIP, na sua rubrica “Dúvidas Linguísticas”, para além de referir a coexistência de dois étimos no latim (camera e camara ), diz:
No português, mantiveram-se os dois radicais, sendo que, segundo o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa, a grafia câmera é um brasileirismo, utilizada apenas num conjunto restrito de sentidos, sendo câmara a grafia do português europeu. Esta informação não é corroborada pelo Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, que remete a grafia câmera para câmara, sem indicar que se trata de brasileirismo, referindo no entanto que a forma com -e- é de uso corrente, especialmente nas acepções de "dispositivo ou aparelho óptico". É de referir ainda que, apesar de a forma câmara ser estatisticamente mais usual em Portugal, encontram-se na oralidade muitas ocorrências de câmera. Além disso, há derivados de câmera, como bicameral, por exemplo, que não têm o equivalente com -a-.
CONCLUSÕES:
1. Parecem-me aceitáveis as duas grafias, tendo câmera uma utilização mais restrita: apenas quando nos referimos ao aparelho de filmar/fotografar. Nunca, por exemplo, para nos referirmos à Câmara Municipal ou à câmara de gás.
2. No Brasil, o termo câmera parece ser mais utilizado do que em Portugal, mas também apenas na aceção referida no ponto anterior, como podemos comprovar nesta transcrição do dicionário brasileiro Michaelis:câmera sf (gr kamára, via lat camera) 1 Aparelho iconoscópico destinado a captar imagens e transformá-las em impulsos elétricos a serem transmitidos pelas emissoras de televisão. 2 V câmara. sm Indivíduo que opera com uma câmera. C. digital, Inform: câmera de vídeo que armazena imagens na forma digital. A luz da imagem é convertida em milhares de pixels individuais, que armazenam a intensidade da luz naquele ponto como um número. C. de rastro, Inform: câmera montada em um estande sobre uma base e usada para filmar um trabalho de arte ou para se mover sobre ele (filmando).
Os restantes sentidos estão na entrada câmara (http://michaelis.uol.com.br).
3. No português europeu, podemos dizer e escrever a palavra câmara em todos os contextos. Se é professor/educador, acho que é de aceitar a forma câmera nas situações referidas em 1.

Se vai de férias, não se esqueça da sua câmara/câmera!
AP

janeiro 25, 2013

.Como pronunciar "cadáveres" e "intoxicar"?

Fonte da imagem: AQUI.
 
Embora as regras que regem a pronúncia sejam mais ou menos tolerantes e o conceito de correto e incorreto tenha alguma flexibilidade, aqui ficam as respostas para o desafio de hoje (validadas pelo Ciberdúvidas):
1. Em cadáveres, o e deve ser pronunciado aberto (/cadávéres/), como no singular, seguindo o paradigma de repórter (/repórtéres/), éter (/étéres/), cárter (/cártéres/) ou líder (/lídéres/).
2. Quanto a intoxicar (aplicável a outros casos como tóxico e toxina), embora a pronúncia “x” esteja registada em dicionários recentes, a opção por “ks” deve ser preferida. Extrato da resposta dada em 2007 pelo Ciberdúvidas a um consulente: o Vocabulário da Língua Portuguesa (1966), de Rebelo Gonçalves, indica claramente que a letra <x> deverá ser pronunciada como [ks]. Do ponto de vista normativo, é, pois, preferível esta última pronúncia, muito embora o uso que indigna a consulente esteja em expansão e, como se vê, já tenha chegado a obras com finalidades normativas.
 
Boa escrita!
AP

janeiro 24, 2013

.bom-dia ou bom dia?

Fonte da imagem: AQUI.
 
Ambas as grafias são possíveis, mas em circunstâncias distintas.
1. Bom dia é o cumprimento propriamente dito, o ato de cumprimentar.
"Bom dia, meu caro amigo!"
2. Bom-dia utiliza-se quando falamos do cumprimento. Frequentemente antecedido de artigo, a palavra é um nome.
"Já nem dizes bom-dia quando chegas?"

Aplica-se a mesmo regra a boa tarde/boa-tarde e boa noite/boa-noite.
A concluir, desejo a todas uma boa-noite, um bom-dia ou uma boa-tarde, em função da hora em que estiverem a ler esta mensagem!
Obs.: Depois de ter publicado a mensagem, o leitor Montexto fez-me chegar este comentário que completa a informação publicada: "Deviam registar tb, e antes de quaisquer outras:
- bons dias e bons-dias;
- boas tardes e boas-tardes:
porque são propriamente as tradicionais, suposto que ultimamente se tenham vindo a costumar mais as formas no singular.
Conste, pelo menos.
- Montexto
 "
Abraço.
AP

Nota: Enquanto a Academia Brasileira de Letras apresenta todas as formas, no Portal da Língua Portuguesa estão registadas as formas boa-tarde, boa-noite, mas não... bom-dia. Trata-se de um lapso!

janeiro 23, 2013

.a fim ou afim?

Fonte da imagem: AQUI.

Ambas as formas são possíveis em função dos contextos:
1. A FIM significa “com o objetivo de”.
Vou preparar-me a fim de conseguir os mínimos para os Jogos Olímpicos.
2. AFIM é um nome e significa “que tem afinidade com”/”semelhante”/”próximo”/”parente por afinidade”.
Usa-se mais no plural.
Adoro doces, chocolates e afins.

Obs.: É comum no Brasil o recurso à expressão “estar a fim de” com o sentido de “estar com vontade de” ou “estar interessado em algo ou alguém”.
Ele simplesmente não está a fim de você!
Está a fim de um cineminha?

DICA: Sendo equivalente à preposição “para”, escreva a fim.
Estou a rezar a fim de ter sorte no exame. = Estou a rezar para ter sorte no exame.

Abraço.
AP

janeiro 22, 2013

.Urano ou Úrano?

Fonte da imagem: AQUI.
 
Dirá o leitor, confiante, que este é um dilema sem história, uma vez que a grafia Úrano não tem sentido…
Engano, puro engano!
 
A. Para Rebelo Gonçalves (eminente filólogo e lexicólogo falecido há cerca de vinte anos), deveríamos escrever Úrano tanto para designar o planeta como o deus mitológico. A Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira tem a mesma opinião.
B. D’Silvas Filho refere no Ciberdúvidas, em 2007, que “Houaiss, (…) na sua versão para Portugal, distingue: Urano, como planeta, da raiz grega `Ouranós´; Úrano, divindade que personificava os céus.” Na sua opinião, esta seria uma solução aceitável.
C. O Grande Dicionário da Porto Editora regista, sem as distinguir, ambas as formas.
D. O Dicionário Verbo apresenta apenas a grafia Urano, enquanto o Portal da Língua Portuguesa não regista o termo.
E. No Brasil, tanto os dicionários Aulete e Aurélio como a Academia Brasileira de Letras remetem para Urano.
 
CONCLUSÕES:
Portugal (norma luso-afro-asiática) e Brasil (norma brasileira)

1. Depois da salada que acabei de descrever, parece-me que o mais prudente (nas normas luso-africana e brasileira) é adotar a grafia Urano.
2. Mas… considerando a posição de Rebelo Gonçalves, não será descabido aceitar, no português europeu, o par Urano/Úrano.
Abraço!
AP

janeiro 21, 2013

.rúbrica ou rubrica?

Fonte da rubrica: AQUI.
 
É comum vermos e ouvirmos “rúbrica” para falar da “assinatura abreviada” e “rubrica” para designar um assunto ou um pequeno apontamento, mas...
1. Só existe uma palavra (paroxítona/grave) escrita e pronunciada da mesma maneira: “rubrica”, independentemente de nos estarmos a referir à assinatura abreviada ou a um assunto.
2. Sobre a interessante história desta palavra, transcrevo, com a devida vénia, uma mensagem publicada no blogue http://linguamodadoisec.blogspot.pt, em julho de 2007:
Ainda a “rúbrica”!
Rubrica, para um pequeno apontamento, e rúbrica, para uma assinatura breve” – assim pensa a maioria das pessoas.
RUBRICA é, hoje em dia, uma das palavras utilizadas incorrectamente, quer na oralidade, quer na escrita. Contudo, a sua história ajuda-nos a esclarecer eventuais dúvidas. Viajem comigo!
Tendo a sua origem no latim rubrica, estava relacionada com “rubro” (vermelho) e designava “terra, argila vermelha” ou “giz de cor vermelha”. Os títulos dos livros antigos e dos manuscritos medievais eram sempre escritos a vermelho, daí a designação rubricas.
 Actualmente, os dicionários registam rubrica como o título dos capítulos de livros de direito civil, significado este que se foi alargando para “pequeno apontamento ou indicação”. Posteriormente, a palavra rubrica passou a designar também uma assinatura abreviada.
Em suma, trata-se de uma palavra com acento tónico na penúltima sílaba -bri- e sem qualquer acento gráfico na vogal u. rubrica, portanto, em todas as acepções.
 
Espero que esta rubrica tenha sido esclarecedora, para que na altura de assinarem um documento, possam perguntar com um ar decidido: “Desculpe, onde quer que eu faça a rubrica?” Por S. Duarte às12:19
Abraço.
AP