A. Numa resposta dada no Ciberdúvidas (que pode ler AQUI),
considera-se que o verbo haver pode
ocorrer sob duas formas:
1ª. “como
verbo existencial (ou impessoal, na terminologia tradicional), na aceção de
«existir», o verbo haver é usado só na 3.ª pessoa do singular”. (…) Por isso,
sempre que é usado com o valor de existir (como existencial/impessoal) nunca
tem sujeito, mas complemento direto, o que se pode verificar nos seguintes
exemplos:
«Haverá uma solução»
[«uma solução» – compl. direto].
«Houve momentos de
pânico» [«momentos de pânico» – compl. direto].”
2ª. “como verbo
auxiliar (verbo auxiliar dos tempos compostos) que, tal como o verbo ter,
ocorre em sequências em que o verbo auxiliar precede o verbo
auxiliado/principal (particípio passado ou no infinitivo). Neste caso, o verbo
haver concorda com o sujeito da frase, sendo conjugado em todas as pessoas. Por
exemplo:
«Havíamos comprado
livros» (= «Tínhamos comprado livros») – sujeito (subentendido): nós. (…)
«Hão de ter notícias
minhas» (= «Terão notícias minhas») – sujeito: eles/elas.”
B. Na Nova Gramática do Português Contemporâneo (de Celso
Cunha e Lindley Cintra), podemos ler também, nas páginas 534/535:
“Quando
o verbo haver exprime existência e vem acompanhado dos auxiliares ir, dever,
poder, etc., a locução assim formada
é, naturalmente, impessoal.
- Deve
haver muitas diferenças entre nós. (Graciliano Ramos)
-
Eu não sei, senhor doutor, mas deve
haver leis. (Eça de Queirós)
-
Podia haver complicações, quem sabe?
(Ciro dos Anjos)”
Perante o
exposto, a resposta ao dilema de hoje só pode ser uma: “havia
muitas dúvidas”
Dica: haver = existir?
Então, não ponha o verbo haver no
plural!
Havemos de nos reencontrar talvez amanhã. Enquanto não houver mais notícias minhas… um abraço!
AP
Ufa! Que alívio!
ResponderEliminar- Montexto
O "menino" gosta de me provocar...
ResponderEliminarAP