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janeiro 28, 2017

Palavrão a palavrão: de onde vieram as asneiras?

0,5% das palavras que dizemos diariamente são palavrões!

A maioria dos palavrões existe há várias centenas de anos e está longe de ser uma invenção dos tempos modernos. Melissa Mohr, especialista em literatura medieval e autora de Holy Sh*t: A Brief History of Swearing, defende que o hábito de dizer asneiras vem desde o tempo dos romanos.

“Os romanos são importantes na história dos palavrões porque as asneiras que usavam eram baseadas nos tabus sexuais e de excreção, como acontece na maioria das línguas modernas”, explicou a autora ao Observador. “Eram baseados no corpo humano e em ações. Mas, como tinham um esquema sexual muito diferente, alguns dos seus palavrões eram usados de maneiras diferentes.”

Já Steven Pinker, psicólogo e linguista que se tem dedicado ao estudo dos palavrões, acredita que a raiz histórica de muitos palavrões — principalmente aqueles que surgiram durante a Idade Média — é a religião. “Para entender as asneiras religiosas, temos de nos pôr no papel dos antigos linguistas, para os quais Deus e o inferno eram uma presença real”, referiu o professor da Universidade de Harvard.
Na Idade Média, usar o nome de Deus ou de Cristo de forma blasfema era como usar o pior dos palavrões. “Acreditava-se que isso deixava Deus furioso e que era visto como uma forma muito de discurso muito negativa”, explicou Melissa Mohr. “Jurar pelas partes do corpo de Cristo — pelas unhas de Deus, pelas chagas de Cristo, etc. — era particularmente mau, porque se acreditava que esses juramentos podiam magoar fisicamente o corpo de Cristo, que estava no Céu, sentado à direita de Deus.”
Foi também durante a época medieval que surgiram expressões como vai para o diabo, em parte devido à superstição existente em torno de determinadas palavras (como é o caso de diabo). Para a autora norte-americana, porém, não é apenas uma questão de religião. O surgimento dos chamados palavrões “religiosos” está também relacionado com a definição de tabu e de privacidade que existia na altura.

Clique no link acima transcrito e entre neste interessante e detalhado artigo da autoria de Rita Cipriano (jornal online Observador). Lá encontrará a história de palavras e expressões que todos conhecemos: p…, c…, f….-se. 

Abraço e boa leitura! ;)
ProfAntónio

janeiro 13, 2017

Sporting em “blackout”! Mas o que é um “blackout”?



Embora atestado na língua inglesa desde 1888, o termo blackout popularizou-se depois do “apagão” de eletricidade que deixou, em 1965, o nordeste dos Estados e parte do Canadá às escuras durante 12 horas.
Este nome (substantivo) é um estrangeirismo (logo, escrito em itálico ou entre aspas e pronunciado como na língua de origem) incluído nos dicionários de língua portuguesa. A Infopédia apresenta três sentidos:
ELETRICIDADE
Falha no fornecimento de energia elétrica; corte de energia; apagão.
MILITAR
Extinção de luzes durante bombardeamentos aéreos em tempo de guerra.
Sentido figurado
Silêncio.
Nota: Correspondendo ao blackout da notícia, encontramos também a expressão blackout informativo:
Recusa de transmissão de informações aos meios de comunicação social por uma determinada entidade, bloqueio informativo.
Fontes: Infopédia e http://www.etymonline.com

Abraços e votos de bom fim de semana sem blackouts, sejam eles de que natureza forem!
ProfAntónio

janeiro 11, 2017

Guiné-Bissau OU Guiné Bissau?

No melhor pano cai a nódoa...


As regras de hifenização dos topónimos (nomes de localidades) estão claras no AO45 e foram mantidas pelo AO90:
Emprega-se o hífen nos topónimos compostos:
a)      iniciados pelos adjetivos grã e grão:  Grã-Bretanha, Grão-Pará;
b)      começados por forma verbal: Mira-Sintra, Passa-Quatro;
c)      cujos elementos estejam ligados por artigo: Entre-os-Rios, Montemor-o-Novo, Trás-os-Montes.
Mas: O topónimo Guiné-Bissau é, contudo, uma exceção consagrada pelo uso.
Obs.: Embora as regras não a refiram, há outra exceção: Timor-Leste.

RESPOSTA:
A única grafia certa é GUINÉ-BISSAU!

Abraço.
ProfAntónio

janeiro 08, 2017

Qual o plural de km: kms ou km?


Nota prévia:
A designação km não é uma sigla (conjunto formado pelas letras iniciais de várias palavras) nem uma abreviatura (uma letra ou a um conjunto de letras que faz parte de uma palavra e a representa na escrita), mas um símbolo (letra ou a um conjunto de letras que estabelece, geralmente por convenção, uma relação de correspondência com uma unidade de medida).

RESPOSTA:

A resposta certa é km
Os símbolos das unidades não têm plural!


O assunto tem detalhes que só visto. Siga-me!
1. Em geral, os símbolos das unidades escrevem-se com minúscula. A exceção são os nomes de unidades que derivem do nome de um cientista, escritos com maiúscula. Exemplos: V (volt), Hz (hertz). A (ampere).
2. Os símbolos escrevem-se em carateres direitos e não em itálico.
3. Os símbolos só se usam a seguir a valores numéricos. Logo, devemos escrever “2 km” e não “dois km”.
4. Os símbolos repetem-se a seguir aos números. Por isso, escrevemos «A distância era de 2km e 5 km, respetivamente.» e não “de 2 e 5 km”. No entanto, pode escrever-se «a distância era de dois e cinco quilómetros, respetivamente».
5. Os símbolos não se combinam com nomes por extenso. Devemos escrever «5 km/h» e nunca «5 km/hora» ou «5 km por hora».

Abraço.
ProfAntónio

janeiro 05, 2017

Como escrever: sub-urbano OU suburbano?

Reguadas para o Instituto da Mobilidade e dos Transportes!

A leitura da do n.º 1 da BASE XVI do AO90 aponta para uma mudança das regras de hifenização com “sub”, mas trata-se de um lamentável erro do documento, pois, em relação a este elemento de formação de palavras, mantêm-se as regras consagradas há mais de 70 anos.

CONCLUSÃO:
A única grafia certa é suburbano!
REGRA:
Emprega-se hífen com o prefixo sub, quando o segundo elemento começa por b, h ou r: sub-bibliotecário, sub-humano, sub-região.
Mas: subdiretor, subchefe, subnutrido, subgerente, etc.

Abraço.
ProfAntónio

Uma casa ALUGA-SE ou ARRENDA-SE?


Uma consulta aos dicionários mostra que os dois termos são sinónimos.
No entanto, se recuarmos umas dezenas de anos, já houve uma diferenciação entre as duas palavras, que se mantém na linguagem jurídica: «A locação diz-se arrendamento quando versa sobre coisa imóvel, aluguer quando incide sobre coisa móvel.» (Código Civil, art.º 1023).
“O verbo alugar tem origem na palavra latina allocare e o verbo arrendar deriva da palavra portuguesa renda, com o sentido de rendimento.” (Ciberdúvidas)

CONCLUSÃO:
A tradição diz que uma casa se ARRENDA... 
mas também 
pode ser para ALUGAR!

Nota: Na rubrica “Bom Português”, diz-se: “A diferença é muito pequena, mas em bom rigor deve dizer-se arrenda-se, pois trata-se de um imóvel. O aluguer é usado para um bem móvel, pelo que não será a resposta mais correta para este caso. Assim se fala em bom português.”
Claramente, é uma opinião deslocada no tempo, uma vez que a norma (representada por dicionários, gramáticas, Ciberdúvidas, etc.) não considera erro dizer “aluga-se uma casa”.

Abraço.
ProfAP

janeiro 04, 2017

Porque se diz PREIA-MAR?

Foto tirada em Sesimbra, na preia-mar.

Porque se diz preia-mar para designar a maré cheia?

"O elemento preia- presente em preia-mar não tem a mesma origem do substantivo preia, que significa “presa” e que deriva do latim praeda.
Esse elemento provém de uma forma do português antigo prea, que deriva do latim plena, feminino do adjectivo plenus, que significa “cheio” ou “pleno”.
É provável, como defendem alguns autores, que já em latim existisse a locução plena mare com o mesmo significado do português preia-mar."
Fonte: Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro MACHADO (através de www.flip.pt/Duvidas-Linguisticas)

Abraço.
ProfAntónio