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novembro 28, 2015

Qual a abreviatura de minuto: m., m, min. ou min?


O assunto de hoje não é consensual entre os gramáticos e autores de sítios e blogues dedicados à língua portuguesa.
Considerando, em Portugal, o que estipula “o decreto-lei do então Ministério da Indústria, de 19/9/94, rectificado em 31/1/95, acerca do emprego em Portugal do Sistema Internacional de Unidades (SI)”, referido pelo Ciberdúvidas, e o que diz, no Brasil, o INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, encontramos uma resposta.

RESPOSTA:
O símbolo de minuto é min (sem ponto), de hora, h e de segundo, s.

Abraço.
ProfAP
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novembro 25, 2015

De onde vem a palavra PAPEL?


A minha primeira hipótese foi que papel viesse do latim. Havendo uma relação com o latim, no entanto, tudo indica que o nosso papel vem do catalão papel, que, por sua vez, provém do latim papyru (“papiro”).

Sabe-se que os antigos centros europeus de produção de papel estavam situadas em zonas de línguas italiana e catalã; mas os primitivos moinhos de papel da Europa foram estabelecidos por Judeus nos arredores de Valência, em Jatiba, região fertilíssima e já célebre entre os Romanos, ainda antes da Era de Cristo, pela excelência dos seus linhos. Nos meados do séc. XII, o geógrafo arábico Edrici afirmava: “Em Jativa, fabrica-se um tal papel como não se encontra outro em todo o Universo” (p. 192 do texto na ed. Goeje-Dozy; p. 233 da respectiva tradução francesa). É possível , porém, que os grandes empórios de comércio, sobretudo de exportação, desse papel estivessem no Catalão, o que explica a expansão da palavra catalã papel (já documentável em 1249), não só para o Ocidente da Hispânia, mas também para regiões de além-Pirenéus.
In Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado.

Abraço.

ProfAP
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novembro 22, 2015

Há uma relação etimológica entre SALSA e SAL?


Ao passar os olhos pela expressão “salsas águas” em “Os Lusíadas”, questionei-me se a relação etimológica do adjetivo salsas (= salgadas) com sal teria algo a ver com a designação da aromática SALSA que todos conhecemos.

Uma consulta da Infopédia foi esclarecedora:
SALSA vem do latim salsa- [herba-], «erva salgada».

Notas (transcritas do Ciberdúvidas):
1.o vocábulo medieval salsa («molho») radica no latim sal («sal»).
2.o termo latino para a nossa salsa era petroselinum ou petroselinon, com as variantes medievais petrosillum e petrisellum (…). É de petroselinum que, por via direta ou indireta, derivam os vocábulos que, em muitas línguas europeias, designam esta planta aromática (por exemplo, inglês parsley, francês persil, alemão Petersilie, italiano prezzemolo, espanhol perejil). Este vocábulo petroselinum, aliás, também deixou rasto em português, embora por via do provençal antigo, dando origem a perrexil. Parece haver discordância quanto ao significado atual deste vocábulo. (…) em galaico-português, de acordo com Dicionario de dicionarios do galego medieval – Corpus lexicográfico medieval da lingua galega (Instituto da Língua Galega), que neste ponto se baseia nos comentários do reputado filólogo Manuel Rodrigues Lapa (1897-1989) à obra Cantigas d’escarnho e de mal dizer dos cancioneiros medievais galego-portugueses, perrexil parece ter o significado de «salsa» ou «cor de salsa».

Abraço.

ProfAP

novembro 15, 2015

JIADE: grafia, origem e sentido da palavra!


Os últimos acontecimentos voltam a pôr, pelas piores razões, a jiade na ordem do dia. No artigo de hoje, vamos analisar, de forma muito abreviada, a grafia, origem e sentido da palavra.

GRAFIA
Duas grafias corretas:
1. jihad (estrangeirismo a escrever entre aspas ou em itálico).
2. jiade (palavra adaptada ao português).
Nota: Não são aceitáveis as grafias jihade, jihadista ou jihadismo, pois tal adaptação não respeita as regras (ainda em vigor) introduzidas pelo Formulário Ortográfico de 1911 que determinaram que as palavras que tradicionalmente tinham h medial etimológico o tivessem perdido. Exemplos: inhibir – inibir; exhortar – exortar; sahir – sair; coherente – coerente; ahi – aí; prohibir – proibir.
Seguindo a mesma regra, temos jihad – jiade.
ORIGEM
Como seria de esperar, jiade tem origem no termo árabe o árabe jihād.
SENTIDO
Relacionada com a religião e a história, jiade é a “designação comum da opção bélica assumida por fundamentalistas muçulmanos contra quem consideram infiéis ou inimigos do Islão, também frequentemente apelidada guerra santa.
Fontes: Ciberdúvida e Infopédia.

Abraço fraterno para todas as pessoas de bem.
ProfAP
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novembro 14, 2015

CABO VERDE, mas CABO-VERDIANO... Porquê?

Um hífen maroto no Jornal das 8 da TVI do dia 12/11/15...

Apesar da simplificação (insuficiente) e sistematização das regras introduzidas pelo AO90, a hifenização não dececiona todos aqueles que gostam de emoções no momento de decidir se colocam aquele pequeno tracinho, o verdadeiro mafarrico da língua portuguesa.
As razões por que escrevemos CABO VERDE sem hífen e CABO-VERDIANO com estão nas regras em vigor há cerca de 70 anos e que o AO90 não alterou.
EXPLICAÇÃO:
CABO VERDE
(sem hífen)
Só há hífen nos topónimos (nomes de lugares) compostos iniciados por grã, grão, forma verbal ou ligados por artigo: Grã-Bretanha, Grão-Pará; Abre-Campo; Mira-Sintra; Montemor-o-Novo, Proença-a-Nova, Trás-os-Montes.
Exceções: Guiné-Bissau e Timor-Leste.
CABO-VERDIANO
(com hífen)
Há hífen em todos os compostos derivados de topónimos: são-tomense, vila-relense, vila-condense, rio-grandense-do-sul.
Nota: Esta é uma regra altamente rentável, pois não há exceções. Poderá acontecer nalguns casos (poucos) coexistir com a forma hifenizada uma grafia aglutinada.
Exemplos: S. Tomé e Príncipe (são-tomense e santomense) e o caso mais interessante é o da designação dos habitantes de São João da Madeira (no norte de Portugal): duas grafias hifenizadas (são-joanense e são-joanino) e duas aglutinadas (sanjoanino e sanjoanense). O Portal da Língua Portuguesa regista também sã-joanense e sã-joanino.

Abraço.

ProfAP

novembro 10, 2015

Como se pronuncia o plural ACORDOS?

Com as peripécias do governo português que caiu e o novo que resulta de um entendimento do Partido Socialista com toda a esquerda parlamentar, tornou-se altamente instável a pronúncia dos ACORDOS celebrados entre o PS, PCP, BE e Verdes. Para uns, é "ACÔRDOS"; para outros, "ACÓRDOS. E ainda há os que começam por dizer "ACÔRDOS" e acabam por se render aos "ACÓRDOS" como aconteceu há pouco com a jornalista Judite de Sousa na TVI (um dos principais canais da televisão portuguesa)...
Então como é? 
Com a devida vénia, deixo-vos o vídeo esclarecedor.
Se não conseguir visionar o vídeo, aqui fica a resposta:
Neste caso, a pronuncia do plural é uma exceção à regra, mantendo-se a pronúncia fechada do "o": "ACÔRDOS"
Como se pronuncia o plural de acordo?

Abraço.
ProfAP