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abril 25, 2015

construimos OU construímos?


Esta “construção” situa-se no passado ou no presente? O acento é uma pista?

Considerando a força partidária que domina o município de Palmela (comunista), “construímos” remete para o passado (25 de Abril de 1974) e para o presente pela ação do executivo camarário. Quanto ao acento, não esclarece seja o que for.
A Base X do Novo Acordo Ortografia mantém a regra do Formulário Ortográfico de 1943 (Brasil) e do Acordo Ortográfico de 1945 (Portugal):
As vogais tónicas i e u das palavras oxítonas e paroxítonas levam acento agudo quando antecedidas de uma vogal com que não formam ditongo e desde de que não constituam sílaba com a eventual consoante seguinte (excetuando o caso de s).
Exemplos:
Suíça (o i não forma ditongo com o u nem sílaba com ç), peúga (o u não forma ditongo com o e nem sílaba com g).
No entanto, em palavras como Coimbra não há acento, pois embora não forme ditongo com o o, o i faz sílaba com o m: im.

RESPOSTA À PERGUNTA DO DIA:
A grafia certa é construímos: o i não forma ditongo com o u nem sílaba com o m.
Nota: Tanto no presente como no pretérito perfeito usamos a grafia “construímos”. A distinção do tempo/modo só é possível pela análise da frase, podendo haver sempre margem para alguma ambiguidade como no caso da foto deste artigo.

Abraço e boa democracia para todos!
AP

Afinal, o que é a lusofonia?

 
A. CONCEITO
Muito se fala de lusofonia, mas não há unanimidade sobre o que ela é (e o que deverá ser no futuro) e nem todos aceitam o conceito.
Decompondo a palavra (luso+fonia), poderíamos ser conduzidos a uma interpretação de âmbito restrito: “fala dos lusos” (=portugueses). No entanto, os sentidos dicionarizados do termo são bem mais amplos:
1. Conjunto dos falantes de português.
2. Conjunto de países que têm o português como língua materna ou como língua oficial.
O conceito terá partido “do sonho do pensador brasileiro, Sílvio Romero, que no início do século XX, constata que os países e colônias portuguesas, precisam se unir em prol de formar uma defensiva contra “concorrentes estranhos”, sendo composto por três círculos: 1º- as oito nações lusófonas; 2º- outras línguas e culturas de cada umas dessas oito nações; 3º- “indivíduos e instituições alheios aos países lusófonos, mas que mantêm uma relação, seja por empatia, erudição, ou outro interesse, com a nossa língua em comum.” Fonte: Fábio Lisboa (AQUI).

B. NÚMEROS
Consoante as fontes, assim são os números, que variam entre 190 e mais de 250 milhões.
Considerando que, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, os números “Censo Demográfico 2010” apontam para uma população de quase 191 milhões de pessoas, o número total de lusofalantes ultrapassa seguramente os 200 milhões. Num artigo publicado no semanário Expresso (AQUI), Alexandra Carita atribui à língua portuguesa “mais de 250 milhões de falantes”, de acordo com as estatísticas do Banco Mundial, número bastante superior aos “cerca de 200 milhões” avançados pelo Instituto Camões.

C. RANKING
Também aqui, não há unanimidade: para uns, o português é a 5ª língua mais falada no mundo; para outros, ocupa a 6ª posição. Para o Instituto Camões, o português surge em 6º lugar (3º nas línguas europeias faladas no mundo, depois do inglês e do espanhol).

D. PESO DE CADA PAÍS
As estatísticas do Banco Mundial dizem-nos que o Brasil é o motor da lusofonia com 77,6% dos lusofalantes. Seguem-se Moçambique (9,4%), Angola (7,7%) e… Portugal (4,2%).

Abraço.
AP
Imagem encontrada AQUI.

abril 17, 2015

Há plantas AUTO-FÉRTEIS ou AUTOFERTÉIS?

Este ano, cá na horta, os kivis prometem...

Encontro com frequência as duas palavras, principalmente “AUTO-FÉRTIL”. É legítimo usar as duas grafias ou apenas uma está certa?
Neste caso, as regras de ortografia não deixam dúvidas. Embora o Novo Acordo Ortográfico tenha introduzido alterações significativas no domínio da hifenização, aqui, a tradição ainda é o que era. Siga-me numa viagem rápida ao âmago das leis que regem a ortografia em Portugal e Brasil.

De 1943/45 à atualidade:
DOCUMENTOS
REGRAS
GRAFIA
Formulário Ortográfico de 1943: BRASIL
Hífen com o prefixo auto antes de vogal, h, r ou s:
auto-ajuda, auto-hipnose, auto-retrato, auto-suficiente, etc.
MAS:
autoconfiança, autocrítica, autotanque, autofértil
AUTOFÉRTIL
Acordo Ortográfico de 1945: PORTUGAL
Novo Acordo Ortográfico:
PORTUGAL e BRASIL
Hífen com a generalidade dos prefixos (auto, anti, super, mini, etc.) antes de h ou quando a letra inicial do 2.º elemento é igual àquela com que termina o prefixo:
auto-hipnose, auto-observação, etc.
MAS:
autoajuda, autorretrato, autossuficente, autofértil
AUTOFÉRTIL
CONCLUSÃO:
Tanto pelas regras de 1943/1945 como pelas que o Novo Acordo Ortográfico estabelece:
AUTOFÉRTIL é a única grafia correta!
 

Abraço e muita fertilidade no jardim e na horta!
ProfAP

abril 16, 2015

Porque se chama «pasquim» a um jornal?


Pasquim vem do italiano «Pasquino», nome de um sapateiro romano do século XV: à porta da oficina, foi encontrada uma estátua helénica do século III a.C., e criou-se o costume de nela colocar bilhetes satíricos, nem sempre primando pela elevação da linguagem.
Cada um destes recados passou a ser conhecido pelo nome do sapateiro. Pasquino ultrapassou fronteiras e foi aportuguesado como pasquim, denominação muitas vezes pejorativa de um jornal, mas nem sempre. (…)”
Nota: “Durante o regime militar no Brasil, foi criado um jornal humorístico que ironicamente recebeu o título de Pasquim. Nele participaram alguns dos mais importantes nomes do humor brasileiro, como Millor Fernandes, Ziraldo e Jaguar. O facto de este jornal conseguir fazer rir a respeito do regime autoritário levou a que o nome pasquim perdesse, no Brasil, um pouco do seu sentido pejorativo. O mesmo não ocorreu em Portugal.
Fonte: Ciberdúvidas.

Abraço.
ProfAP
Imagem encontrada AQUI.

abril 15, 2015

Afinal, quantas línguas se falam em Portugal?


Com a devida vénia transcrevo este artigo do sítio www.ruralea.com:
 Se é daqueles que pensa que em Portugal só se fala português, está enganado. O mirandês, falado sobretudo nos meios rurais de Miranda do Douro, também tem estatuto de língua oficial. Mas se mesmo assim pensa que só existem estas duas línguas, continua enganado! Existem na paisagem linguística de Portugal continental três línguas/dialectos que não pertencem ao sistema histórico galaico-português. São estas línguas: o mirandês (com um dialecto: o sendinês), o guadramilês e o rio-donorês. Estes «falares» situam-se na zona nordeste de Portugal junto à fronteira com Espanha, justo onde antes se situava o antigo reino de Leão. Qual a identidade do que se fala do outro lado da raia, isto é, na zona espanhola que faz fronteira com estes enclaves, é, ainda, motivo de debate por parte dos próprios falantes e dos linguistas que não se decidem se o que falam é leonês ou uma variedade de galego.
Ou seja, além do português e do mirandês, existem ainda um dialecto do mirandês (o sendinês) e mais duas línguas: o guadramilês e o rio-donorês.

Abraço.
AP

abril 11, 2015

Como é: ameixeira, ameixiera ou ameixoeira?


Embora use a grafia ameixeira, ouço dizer com frequência ameixoeira e ameixieira. Estarão as três palavras corretas?
Considerando que existem as grafias ameixa e amêixoa, mas não “amêixia”, ameixieira parece definitivamente fora de jogo… Estará?

RESPOSTA:
PORTUGAL e BRASIL
ameixeiraameixoeiraameixieira
 (existe uma tripla grafia em todo o espaço lusófono)

 
Abraço vitaminado!
Abraço

abril 09, 2015

De onde vem a palavra TEMPERO?


Sendo verdade que, como disse o filósofo Cícero, “O melhor tempero da comida é a fome!” um bom tempero, na vida como na cozinha, pode fazer toda a diferença. A prová-lo estão várias expressões de uso corrente. Por exemplo, designar por “pãozinho sem sal” alguém desinteressante ou dizer falar de “apimentar a vida” quando se torná-la mais interessante…
E de onde vem a palavra tempero?

RESPOSTA:
O termo tempero vem do latim temperare (“misturar corretamente, moderar, juntar, regular”). Daí o uso do verbo temperar também em relação à preparação de metais.

Abraço com votos de uma vida bem temperada para todos!
AP

abril 06, 2015

Está certo dizer CUMPRIR COM?


É frequente ouvirmos dizer frases como “cumprir com o dever”, “cumprir com as suas obrigações” ou “cumprir com o prometido”. Parece estranha e desnecessária a introdução da preposição com. Estará correto o seu uso?

O Ciberdúvidas dá-nos a resposta: É correto usar o verbo cumprir com a preposição com.”
Este uso está registado no Novo Dicionário Lello Estrutural, Estilístico e Sintático da Língua Portuguesa (ver expressões «cumprir com», «cumprir com a obrigação», «cumprir com os deveres»). Também no Dicionário de Verbos e Regimes (6.ª edição, 1947) de Francisco Fernandes se observa o seguinte: «Tanto é correto dizer-se "cumprir com" quanto dizer-se "cumprir 0": "Cumpri com o dever", ou "cumpri o dever" [...].»
(Resposta dada a um consulente em 27/03/2015)

Abraço.
AP
Imagem encontrada AQUI.