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Dirá o leitor, confiante, que este é um dilema sem história, uma vez que a
grafia Úrano não tem sentido…
Engano, puro engano!
A. Para Rebelo Gonçalves
(eminente filólogo e lexicólogo falecido há cerca de vinte anos), deveríamos
escrever Úrano tanto para designar o planeta como o
deus mitológico. A Grande Enciclopédia
Portuguesa e Brasileira tem a mesma opinião.
B. D’Silvas Filho
refere no Ciberdúvidas, em 2007, que “Houaiss, (…) na sua versão para Portugal,
distingue: Urano, como planeta, da
raiz grega `Ouranós´; Úrano, divindade que
personificava os céus.” Na sua opinião, esta seria uma solução aceitável.
C. O Grande Dicionário da Porto Editora
regista, sem as distinguir, ambas as formas.
D. O Dicionário Verbo apresenta apenas a
grafia Urano, enquanto o Portal da Língua Portuguesa não regista
o termo.
E. No Brasil, tanto os
dicionários Aulete e Aurélio como a Academia Brasileira de Letras remetem para Urano.
CONCLUSÕES:
Portugal (norma
luso-afro-asiática) e Brasil (norma brasileira)
1. Depois da salada que acabei de descrever,
parece-me que o mais
prudente (nas normas luso-africana e brasileira) é adotar a grafia Urano.
2. Mas… considerando a posição de Rebelo
Gonçalves, não será descabido aceitar, no português europeu, o par Urano/Úrano.
Abraço!
AP
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