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A primeira definição de metáfora vem
da Grécia Antiga. Para Aristóteles, é “a transferência do nome de uma
coisa para outra”.
Com origem no grego metaphorá
(«trânsito», «mudança», «transporte»), pelo latim metaphŏra-, a metáfora é um recurso expressivo (uma figura de estilo) nem sempre
fácil de compreender.
De uma forma simplificada, costuma dizer-se que é uma “comparação abreviada” (sem partículas comparativas).
ALGUNS TIPOS DE METÁFORA:
A. Metáfora PURA:
refere-se a uma realidade não nomeada, substituída pelo sentido figurado.
Exemplos: Em “o lume das estrelas”, Camões destaca a luz dos olhos da amada
(poema “Se as penas com que Amor tão mal
me trata”); na poesia barroca, os poetas valorizam os dentes da mulher
dizendo “As pérolas da tua boca” ou os seus olhos verdes
com “As esmeraldas do seu
rosto”; A expressão “A
sua lua de pergaminho”, de García Lorca, caracteriza umas nádegas, o que, não sendo lisonjeiro, é muito expressivo…
B. Metáfora IMPURA (ou
SIMPLES): mais comum do que a PURA, apresenta os dois sentidos: o
real e o figurado.
Exemplos: “A planície é um brasido”, Florbela Espanca; “Amor é fogo” , Camões; “Sua boca é um cadeado/E meu corpo é uma fogueira”, Chico Buarque; “Meu coração é um balde despejado.”, Fernando Pessoa.
C. Metáfora MORTA: Em A. e B., temos metáforas VIVAS,
pois mantêm o seu valor expressivo e criativo em aberto. Noutros casos, gasta pelo uso, a metáfora entra na linguagem quotidiana,
extinguindo-se o seu potencial criativo. É a metáfora MORTA. É caso para dizer que, como nós, a metáfora nasce, cresce... e morre!
Exemplos: “pernas da cadeira”; “pés da mesa”; “folha de papel”; “as férias estão à porta”.
Toda linguagem, oral ou escrita, é fonte fértil de metáforas. Na literatura, sem dúvida, mas também no dia a dia.
1.
No discurso amoroso: Há melhor para
realçar a doçura e beleza do ser amado do que um “És o meu favo de mel!” ou um “Minha
flor!”, ditos no momento certo?
2.
No insulto, os enunciados
linguísticos possíveis não têm fim: “És
um cavalo!”, “Minha vaca!”, “Cabra!”, “Porco!”, “Verme!”…
Não são fórmulas
aconselháveis, mas não deixam de honrar as origens da metáfora: “transferência
do nome de uma coisa para outra”.
Tendo tido dificuldade em escolher
uma metáfora à altura dos meus queridos leitores, fico-me pelo já habitual
ABRAÇO!
AP
Fontes:
.Ciberdúvidas
.Dicionário
de Literatura, de Jacinto do Prado Coelho (1978, 2º volume)
.Querendo aprofundar os seus
conhecimentos sobre a metáfora, clique AQUI e leia um excelente artigo.
Boa tarde, António
ResponderEliminarExcelente sua postagem!
Abraços
Lúcia
Obrigado, Lúcia!
EliminarAbraço.
António