Seguidores

setembro 21, 2013

.Qual o plural de PALAVRA-CHAVE?

Imagem encontrada AQUI.
Sempre optei, de forma instintiva, pelo plural palavras-chave. A resposta do Ciberdúvidas, que passo a transcrever, põe em causa a opção:
"Quanto ao plural das palavras compostas por justaposição do tipo de palavra-chave, não há consenso. Costuma-se dizer que, de modo geral, ambos os elementos vão para o plural. Eu raciocino assim: cada uma das tais palavras é uma chave. E cada uma das tais chaves é uma palavra. Considerando assim, duas daquelas palavras são duas chaves, e duas daquelas chaves são duas palavras. Em conclusão: o plural de palavra-chave é palavras-chaves e não palavras-chave. Este plural parece não ter lógica."
(In http://www.ciberduvidas.pt/pergunta.php?id=3776).

Assunto encerrado? Nem pensar!
Lance uma pesquisa no VOP (Vocabulário Ortográfico do Português), no Portal da Língua Portuguesa, em www.portaldalinguaportuguesa.org, e no VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa), da Academia Brasileira de Letras, em www.academia.org.br, e obterá a seguinte informação:

palavra-chave - nome feminino

singular palavra-chave
plural palavras-chave / palavras-chaves

Conclusão: podemos dizer palavras-chave e      palavras-chaves.

Abraço.
AP

setembro 10, 2013

.Qual a origem da palavra AZEITE?

Imagem encontrada AQUI.
RESPOSTA:
No caso de hoje, não há polémica nem dúvidas:
                                                           A palavra azeite vem do árabe az-zait (“azeite, óleo, essência”).

Algumas informações interessantes sobre esta maravilhosa gordura:

A. História e Origem do Azeite 
O uso do azeite é milenar, entretanto não se sabe com exatidão a sua origem. Ao lado da Videira, a Oliveira foi uma das primeiras árvores a ser cultivada há mais de 5.000 anos no Mediterrâneo Oriental e Ásia Menor. (…) Os fenícios, sírios e armênios foram os primeiros povos a consumi-lo, cabendo aos gregos e romanos levá-lo para a Europa e o Ocidente, permanecendo por séculos restrito aos povos do mediterrâneo. No século XVI os espanhóis introduziram o azeite no Peru, Chile e México e no século XVIII nos EUA.
Sua importância, ao longo dos tempos, resultou das múltiplas utilizações que lhe foram dadas na alimentação, medicina, higiene e beleza.
Os Mesopotâmicos untavam o corpo para se proteger do frio há mais de 5000 anos. A primeira classificação formal data do séc. VII AC e era utilizado para o alívio da dor e cura de feridas, sendo muito utilizado nas guerras. Durante o Império Romano foi muito usado para amaciar a pele e os cabelos. Foi ainda combustível para iluminação, lubrificante para as ferramentas e alfaias agrícolas, impermeabilizante para fibras têxteis e elemento essencial em ritos religiosos. Porém o grande destaque da utilização do azeite, além da alimentação, foi na medicina. Na Grécia antiga, atletas já utilizavam o azeite como base para melhorar sua performance. Na época dos grandes descobrimentos, por volta do século XVI, o azeite era obrigatório nos navios, utilizado como base para o preparo de diversos medicamentos. Atualmente, diversas pesquisas comprovam os grandes benefícios que o azeite de oliva pode oferecer à saúde.

B. Produtores mundiais
A produção de azeite a nível mundial está limitada, por questões edafo-climáticas, a duas zonas do globo que se situam entre os paralelos 30 e 45 dos hemisférios norte e sul.
Atualmente, cerca de 95% da superfície oleícola mundial está concentrada na Bacia Mediterrânica, sendo que os países produtores da União Europeia (Espanha, Itália, França, Grécia e Portugal) são responsáveis por 73% da produção a nível mundial.
Os outros principais países produtores são a Tunísia (7,7%), a Turquia (4,4%) , a Síria (3,8%), Marrocos (2,5%) e a Argélia (1,4%).

Abraço a todos!
AP


setembro 03, 2013

.De onde vem a palavra FRAMBOESA?

As minhas framboesas este ano!
 
A resposta à questão não tem grande história. Assim sendo, desvendemos já o mistério!
FRAMBOESA vem do frâncico (língua dos Francos) brambasia, «amora de silva», pelo francês framboise, «framboesa».
 
Muitas tartes de framboesa para todos ;)
António Pereira

 
 

setembro 01, 2013

.Qual a origem da palavra AMENDOIM?

Imagem encontrada AQUI.

As fontes coincidem na atribuição da origem da palavra AMENDOIM ao tupi-guarani mãdu'bi (ou mãdu'i), significando “enterrado”.
Quando miúdo, no local recôndito onde vivia, era comum ouvir chamar ALCAGOITA ao amendoim. É um regionalismo que vem do nouatle (língua falada no México) cacahuete (“cacau da terra”).
A estas origens linguísticas não é alheia a história do amendoim, como vamos ver.
O amendoim teve a sua origem na América do Sul. O início do cultivo terá ocorrido no território da actual Argentina ou da Bolívia, zona onde se encontram formas selvagens próximas do amendoim cultivado. A cultura ter-se-á estendido ao Peru, onde foram encontrados vestígios desta planta com cerca de 7600 anos. (…)
Quando os portugueses chegaram ao Brasil, a o amendoim era cultivado pelos índios.
Parecem-me particularmente interessantes as designações atribuídas a esta deliciosa semente comestível em vários países lusófonos: aráquide, caranga, carango (Moçambique), jiguba, jinguba, mandubi, mandobi, manobi, amendubi, amendo mepinda (Angola), mancarra (Cabo Verde e Guiné-Bissau), manobi e mindubim (Brasil).

 
Agora, vou comemorar a vida com a minha amada: os amendoins torrados e a cerveja geladinha já estão na mesa.
Abraçosss!
António Pereira
 
 

agosto 31, 2013

.De onde vem a palavra FARMÁCIA?

Documento encontrado AQUI.

A história da palavra de hoje é um paradigma das voltas que a língua dá (tanto pela via da evolução como por intervenções diretas, sensatas nalguns casos, noutros, nem por isso).
1.   A palavra terá entrado na língua portuguesa pelo francês PHARMACIE (pelo latim tardio pharmacĭa-, do grego pharmakeía, «emprego de medicamentos»). Há quem defenda que o termo terá entrado pelo latim e não pelo francês.
2.   Até ao início do século XX, usava-se a grafia pharmacia. Com o Formulário Ortográfico de 1911, a palavra sofre um duplo “desfiguramento”: o ph é substituído por f e recebe um acento, pois, a partir desta data, todas as palavras proparoxítonas (esdrúxulas) passam a ser acentuadas. Como consequência da aplicação do FO de 1911, foram muitas as palavras alteradas (cerca de 10 vezes mais do que acontece com a aplicação do AO90). Houve grande resistência às mudanças, nomeadamente em relação ao desaparecimento do ph:
a)    O linguista Alexandre Fontes escreveu, um pouco antes da entrada em vigor de FO de 1911: «Imaginem a palavra `phase´ escrita assim fase, não parece uma palavra, parece um esqueleto»;
b)   Diz-se que Fernando Pessoa (uma das vozes mais inconformadas) fez questão em continuar a escrever com ph
Ontem com hoje, a língua une os falantes, mas também os divide de forma acentuada (e sempre apaixonada!) quando se introduzem mudanças.

Despeço-me com uma palavra que resistiu a todas as reformas (1911, 1971, 1973, 1943, 1945 e 1990): abraço!
António Pereira


Notas:
1.   Todas as palavras em que se usava ph (substituído, como vimos, por f em 1911) são de origem grega: farmácia (pharmakeía), filosofia (philosophía), fase (phásis), etc.
2.   O uso da palavra farmácia para designar “estabelecimento onde se preparam ou vendem medicamentos” situa-se em meados do século XIX.

agosto 30, 2013

.Como se pronuncia a letra G?

Imagem encontrada AQUI.
A pronúncia da letra G é uma questão não consensual que tem feito correr muita tinta. Na escola primária aprendi a dizer “guê”, enquanto a minha mulher, noutra escola, aprendeu a pronúncia “gê”. Esta divergência aplica-se bem a Portugal: uns dizem “guê”, outros preferem “gê”. Quanto ao Brasil, parece que, à exceção do Nordeste, o habitual é pronunciar-se “gê”.
E surge a dúvida: há uma pronúncia correta ou ambas são legítimas?
Eis o que apurei:
1.   O Formulário de 1911 (bem como o de 1943, aplicado no Brasil) e o Acordo de 1945 não se referem à pronúncia da letra G.
2.   O grande Rebelo Gonçalves, no seu Vocabulário de 1967, registou: "gê”, mas também aceita a designação “guê”.
3.   Se há dicionários, como o Aulete e o Michaelis (ambos do Brasil), que apenas admitem a pronúncia “gê”, muitos outros validam “gê” e “guê”: Houaiss e Aurélio, do Brasil; Infopédia e Priberam (Portugal); Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira e Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa; VOLP da Academia Brasileira de Letras e VOP do Portal da Língua Portuguesa.
4.   Finalmente, também os consultores do Ciberdúvidas admitem as duas formas de pronunciar. É o caso de Regina Rocha, que acrescenta: “A sua primeira designação é a de guê, correspondente à pronúncia clássica latina”.
Perante o exposto, parece-me razoável concluir que:
É indiferente dizer «guê» ou «»...
Ambas as pronúncias estão corretas!
Nota: O texto do Novo Acordo Ortográfico também consagra as duas formas de pronunciar.
Abraço.
António Pereira


agosto 24, 2013

.De onde vem a palavra PRESUNTO?

Imagem encontrada AQUI.
 
O delicioso presunto vem do latim presunctu-, derivado de sunctu-, reforçado pela preposição per-. Sunctus era o particípio passado do verbo siccare (“secar”).
José Pedro Machado (Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa) refere que a ideia contida na palavra presunto é “inteiramente sugado, inteiramente enxuto, inteiramente dessecado ao lume, o que convém com o sentido”.
O sítio http://origemdapalavra.com.br dá uma achega para o sentido lato da palavra: “Desta forma, se vê que este nome se deve ao modo de preparação; ele não é relacionado com o tipo de carne usada. Muitos acreditam que, se não é com carne de porco, não é presunto. Na verdade, qualquer carne preparada com este método pode ser chamada de presunto.
Boas tapas para todos: de presunto, queijo e o mais que a imaginação ditar!
Abraço.
António