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APENAS UM SONETO
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O delicado desejo que te
doura
e nos dura na pele quando
anoitece
é contra a nossa vida que se
tece
e é no verso que vive e se
demora.
Amor que não tivemos nem nos
teve
veio-nos chamar agora. De
repente
fez-se névoa a palavra do
presente
e luz teu corpo que toquei
de leve.
Mas se arde na memória da
canção
o corpo que me deste e me
fugiste,
o verso é outro modo de
traição
por que minto ao que tu
nunca mentiste.
E enganamos assim o coração,
disfarçando de mitos o que
existe.
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Luis Filipe Castro Mendes
(in “366 poemas que falam de amor”, antologia organizada por Vasco da Graça
Moura.
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Com amor,
ProfAP
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