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fevereiro 28, 2017

Poemas de amor 1



APENAS UM SONETO

O delicado desejo que te doura
e nos dura na pele quando anoitece
é contra a nossa vida que se tece
e é no verso que vive e se demora.

Amor que não tivemos nem nos teve
veio-nos chamar agora. De repente
fez-se névoa a palavra do presente
e luz teu corpo que toquei de leve.

Mas se arde na memória da canção
o corpo que me deste e me fugiste,
o verso é outro modo de traição

por que minto ao que tu nunca mentiste.
E enganamos assim o coração,
disfarçando de mitos o que existe.

Luis Filipe Castro Mendes (in “366 poemas que falam de amor”, antologia organizada por Vasco da Graça Moura.

Com amor,
ProfAP

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