Seguidores

dezembro 13, 2013

.bolorrei, bolo-rei ou bolo rei?

 
1. Sendo verdade que o Novo Acordo semirrevolucionou a hifenização, as alterações aplicam-se, sobretudo, às formações por prefixação (autoavaliação, coopção, minirrelatório…) e às locuções (pão de ló, fim de semana, canto do cisne…).

2. Em relação às palavras compostas, sem elementos de ligação (como é o caso de hoje), nada de novo. O AO90 retoma a regra consagrada pelo Formulário de 1943 (Brasil) e pelo Acordo de 1945 (Portugal): “Emprega-se o hífen nas palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido: ano-luz, (...), arco-íris, decreto-lei (...), médico-cirurgião, rainha-cláudia, tenente-coronel, tio-avô (...), amor-perfeito, guarda-noturno (...); afro-asiático, afro-luso-brasileiro, azul-escuro, luso-brasileiro, primeiro-ministro, primeiro-sargento, (…) guarda-chuva.” (Nº 1 da Base XV do NAO)

Havendo unidade semântica na adição bolo+rei, neste Natal, a tradição vai continuar a ser o que era: bolo-rei, embora sem brinde nem fava…

QUANTO À ORIGEM DO BOLO-REI:
"Surgiu no fim do séc. XVII, em França, na corte de Luís XIV. Com a Revolução de 1789, a sua venda foi proibida e o bolo passou a chamar-se gâteau des sans-culottes (*). A receita que se tornou popular em Portugal é originária da região de Loire." Fonte: Revista Sábado (12.12.2013).
*Sans-culottes foi o nome dado pelos aristocratas, durante a Revolução Francesa, aos artesãos, trabalhadores e pequenos proprietários. Os culottes eram uma espécie de calções justos (que apertavam no joelho) usados pelos nobres e burgueses ricos. Os homens de outros extratos sociais usavam calças largas grosseiras feitas de algodão.

Abraço!
AP

3 comentários: