Num artigo publicado no
Expresso, há menos de uma semana, pode ler-se no início: “Olá, eu sou o Eder
(“não ponham acento, que não é fixe”) e esta é a minha história”.
Enquanto os media em geral
escrevem Éder, o próprio vem pedir que não ponham acento, dizendo, mais adiante
no artigo: “puseram-me o nome de Ederzito António Macedo Lopes, que abreviei
para Eder, sem acento, se fizerem o favor, porque por todo o lado leio “Éder”
para aqui, “Éder” para ali.”
Se Ederzito não tem
seguramente acento (teve-o até fevereiro de 1973: “Edèrzito”), o mesmo não se
pode dizer de Éder. Mesmo sendo uma abreviatura de Ederzito, é uma palavra
grave terminada em r, pelo que deve receber acento (regra do AO45), à
semelhança das palavras graves terminadas em l, n, x e ps (Aníbal, Rúben,
Félix, fórceps).
Assunto encerrado? Não...
Tanto o AO45 como AO90 têm uma base de salvaguarda de direitos que reza assim: “Para
ressalva de direitos, cada qual poderá manter a escrita que, por costume ou
registo legal, adote na assinatura do seu nome. Com o mesmo fim, pode manter-se
a grafia original de quaisquer firmas comerciais, nomes de sociedades, marcas e
títulos que estejam inscritos em registo público.”
RESPOSTA:
Tendo o nosso campeão adotado a grafia Eder, é livre de a manter e de pedir que lhe não lhe ponham
acento.
Mas, fora da área dos antropónimos, todas as
palavras graves terminadas em r não podem libertar-se do acento: éter, almíscar, âmbar,
açúcar, fémur, etc.
Abraço.
ProfAP
Vale a pena ler o artigo do Expresso AQUI. A foto é de lá.
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