Fonte da imagem: AQUI.
A. No Brasil, não encontrei estas grafias em nenhuma fonte
(dicionários e VOLP da Academia Brasileira de Letras). No entanto, está generalizado
o uso de wok em sítios online de empresas brasileiras de vendas de tachos, panelas e
afins.
B. Quanto a Portugal:
1. O Ciberdúvidas,
numa resposta de 26/10/2011, diz: “A palavra wok
(ou uóque)
ainda não faz parte do vocabulário da língua portuguesa atestado pela Academia
Brasileira de Letras e pelo Portal da Língua Portuguesa, mas tal não significa
que esta palavra de origem chinesa não venha a ser integrada no léxico
português, visto que este é o termo que tem sido utilizado para designar um
tipo particular de frigideira com um fundo redondo, tradicionalmente usada na
China em múltiplas aplicações para além de fritar.” E acrescenta, pouco depois:
“O Dicionário Priberam avança com a indicação de que wok
– com a grafia alternativa uóque –
entrou no léxico português através da língua inglesa, vindo do cantonês,
e que é um nome masculino, flexionado no
plural como woks.”
2. Como nunca tinha visto a grafia uóque e o acento nela
colocado não respeita as regras de acentuação das palavras paroxítonas
(graves), dei um saltinho ao Dicionário Priberam. Transcrevo o que lá está:
wok |uóque|
(palavra inglesa, do cantonês)
(palavra inglesa, do cantonês)
s. m.
[Culinária] Tipo de frigideira com fundo arredondado ou abaulado, usada
originalmente na cozinha oriental.
Plural: woks.
Comentários:
.Aquilo a que o Ciberdúvidas
chama “grafia alternativa uóque”
parece-me ser apenas… a pronúncia de wok. A prova do que afirmo é que se
lançarmos no dicionário uóque
(ou uoque), não obtemos qualquer resultado.
.A Infopédia também regista apenas wok.
Conclusão:
Em Portugal, embora o Vocabulário do Portal da Língua Portuguesa não o registe, os verbetes dos
dicionários validam o uso do estrangeirismo wok (entre aspas ou em itálico).
No Brasil, as fontes não registam a palavra, mas a
internet mostra que ela é mesmo usada.
Em último
caso, diga, como provavelmente faria o amigo Montexto: frigideira chinesa!
Abraço.
AP
Não havia necessidade, como diria o diácono dos Remédios.
ResponderEliminarMas, se eu a tiver, aportuguesá-la-ei, como tudo o resto, se possível, - neste caso escrevendo «uoque».
Como, e. g., de «whisky», «uísque».
Etc., etc.
- Montexto
Bom dia.
EliminarO aportuguesamento que propõe tem lógica. Mas que autoridade linguística o valida? Não pode ser "à vontade do freguês"... Claro que no seu uso privado da língua tem essa liberdade.
Mas não concorda que a versão acentuada "uóque" não tem sentido e que o Ciberdúvidas leu mal a definição do dicionário Priberam?
Bom fim de semana!
AP
As Ciberdúvidas leram mal, e por isso quase iam acertando na boa doutrina.
ResponderEliminarA língua fazemo-la todos, e uns desfazem-na mais do que outros.
Sobretudo quando a norma não se fixou sobre um chamadouro novo, ou recente, ou importado, ou estrangeiro, ou inventado, pode cada um de nós, e deve, pugnar pela forma que se lhe afigura mais consntânea e congenial à língua, e portanto mais válida ou aconselhável.
Não precisamos de dizer sempre amém ao primeiro da glote que apareça espalhar a boa nova.
Saudações.
- Montexto
A sua perspetiva é abrangente e inatacável do ponto de vista sociolinguístico. A minha é mais escolar (por vezes a roçar o escolástico), pois trabalho com professores de línguas (estrangeiras e materna). Aí, a noção de norma e desvio é bem mais redutora e difícil de operacionalizar. Se um jovem utiliza uma grafia registada num dicionário, vocabulário ou instituição ligada à língua (ainda que seja um dos tais da glote...), como vai o professor considerá-la erro e aplicar o respetivo desconto? Poderá suscitar a discussão, desaconselhar o uso, propor alternativas, etc., mas não deve penalizar. A sala de aula é muitas vezes um universo à parte, em que os planetas e os sóis nem sempre giram na direção mais lógica...
ResponderEliminarNada impede um professor de desaconselhar esta ou aquela forma registada, e até de reputar redondamente errado este ou aquele dicionário, filólogo, gramático, escritor, premiado ou não premiado, nobelizado ou até nobilitado, etc., se entender fundadamente que é o caso.
ResponderEliminarConsta que era a falecida M.ª José Nogueira Pinto que dizia que cada um deve estar do seu lado da barricada. Na sala de aula ou fora dela.
- Mont.
Admiti, na mensagem anterior, em relação ao professor, que ele poderá "suscitar a discussão, desaconselhar o uso, propor alternativas, etc.". Só que há testes e textos a classificar com pontos e descontos. E embora possa o professor, como diz, "reputar redondamente errado este ou aquele dicionário, filólogo, gramático, escritor", a sua ação esgota-se na intervenção pedagógica, não devendo aplicar descontos nessas circunstâncias.
EliminarNão sei se consegui ser claro no que queria dizer, mas insisto que, em muitos aspetos, estar na sala de aula ou fora dela não é a mesma coisa, sobretudo no ensino básico. Um dia podemos aprofundar as razões que nos separem nessa opinião.
AP
Eu continuarei a escrever whisky. O aportuguesamento é ridiculo, "uísque"? Ninguém diz "uixk"...
ResponderEliminarRidículas são as cartas de amor (todas!), como diria Fernando Pessoa. Para o português europeu, há uma adaptação (uísque) e duas variantes (estrangeirismos): whisky e whiskey. Ver VOP do Portal da Língua Portuguesa e Infopedia.
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