Foto tirada na horta esta tarde.
A primeira vez que vi esta planta selvagem foi em 2017, ao pé da cascata que há junto à Roça Bombaim. Tem um aroma muito
próximo dos coentros que conhecemos, talvez um pouco menos intenso. No entanto, o seu aspeto
é bem diferente e a resistência ao calor é elevada. Faz lembrar um cardo, sendo
muito utilizada em vários pratos (como a feijoada da terra).
No final da missão de voluntariado (março de 2019), realizada
em São Tomé, comprei um molho destes coentros num supermercado. Como algumas plantas, tinham
raiz, plantei três. Definharam e duas acabaram por morrer. Mudei a terceira
para um local mais quente e, milagre!, ganhou vida e estás prestes a florir.
Embora a designação comum seja “coentro da terra”, tem
outro nome vindo do forro (crioulo dominante em São Tomé). Uma possível
explicação que encontrei:
Num restaurante no centro
de São Tomé, enquanto comia uma sopa tradicional, com sabor a coentros,
informaram-me que o nome desta erva, em crioulo forro, era selo sum zon
maiá, que significa «cheiro do senhor João Maria».
Diz-se, verdade ou mito,
que o senhor João Maria foi um alentejano por quem uma mulher se apaixonou e
que, por este cozinhar com coentros, baptizou assim a erva. «Cheiro do senhor
João Maria.»
É muito bonito que numa
colherada de sopa estejamos a comer uma declaração de amor.
Curiosamente, os coentros,
depois de florescerem, ganham outro nome, cundu muala vé, que significa «cabelo
de mulher velha» (esperemos que não tenha sido o senhor João Maria a baptizar
assim a senescência dos coentros).
Abraço.
AP
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