O mau tempo em Portugal marca presença na abertura
de todos os serviços noticiosos. É ouvir os jornalistas a falar, de forma
unânime, dos efeitos da tempestade “Féliks”.
A pronúncia de palavras como ónix, tórax, clímax e córtex parece dar-lhes razão, mas, na vida como na língua, nem tudo
o que parece é…
Diz o Ciberdúvidas
que a regra geral é que as palavras portuguesas terminadas em x conservem a pronúncia latina “ks”
(como nos exemplos que vimos no parágrafo anterior), por terem vindo diretamente
do latim (sem um processo evolutivo) e terem entrado no português no século XVI
e seguintes.
Já cóccis e cálix (grafia antiga), com as
pronúncias “cóccis” e “cális”, entraram na língua portuguesa antes do século
XVI, havendo registos escritos, no século XIII, com a terminação s.
E Félix?
Félix entrou no português ainda na fase de
formação da língua e há registos, no século XI, com a grafia Felici e Felice,
com a pronuncia “Félis”, que se manteve mesmo quando se reintroduziu a grafia
Félix.
RESPOSTA:
.
A tempestade é, sem
dúvida, “Félis”!
.
Obs.: De uma forma simplista, podemos dizer que Félix
tem uma grafia clássica e uma pronúncia popular.
Hélder Guégués, na obra Em português se faz favor (2015, editora Guerra e Paz), tem a mesma opinião: "Aproveite-se para lembrar
que este nome se pronuncia Félis,
como Fénix se pronuncia Fénis.
Significativamente, a colecção poética do século XVII até apareceu intitulada A Fénis Renascida."
Notas:
1. Félix significa “feliz,
sortudo” e o adjetivo feliz vem do latim felice.
2. Formado a partir do latim
Felix, temos, com o mesmo sentido, Felício e também Feliciano (que entra no português
apenas no século XVII).
In https://www.dicionariodenomesproprios.com.br/felicio/
Abraço e feliz final de domingo.
ProfAP
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