Embora mais conhecido pelas suas teorias e filosofia na área da educação, a poesia do pedagogo brasileiro Paulo Freire (1921-1997) é um interessante convite à reflexão sobre o papel da escola, as relações humanas e o papel transformador do educador. Os seus versos inspiram, mobilizam e renovam a esperança de um mundo mais justo.
Hoje, há um cumprimento especial para os meus amigos professores (sobretudo os que estão em início de carreira) de Portugal, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. O vosso trabalho faz e sempre fará a diferença nas vidas dos vossos alunos/formandos!
O lugar onde se faz amigos.
Não se trata só de prédios,
salas, quadros,
programas, horários, conceitos.
Escola é, sobretudo, gente.
Gente que trabalha, que estuda,
que alegra, se conhece, se estima.
O diretor é gente,
o coordenador é gente,
o professor é gente,
o aluno é gente,
cada funcionário é gente.
E a escola será cada vez melhor
na medida em que cada um
se comporte
como colega, amigo, irmão.
Nada de ilha cercada de gente
por todos os lados.
Nada de conviver com as pessoas
e descobrir que não
tem amizade a ninguém.
Nada de ser como tijolo
que forma parede,
indiferente, frio, só…
Importante na Escola,
não é só estudar,
não é só trabalhar.
É também criar laços de amizade.
É criar ambiente de camaradagem.
É conviver, é ser “amarrado nela”.
Ora é lógico...
Numa Escola assim vai ser fácil
estudar, trabalhar, crescer,
fazer amigos, educar-se,
SER FELIZ!
Paulo Freire FREIRE, Paulo. Escola. Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, Salvador, n. 7, p. 31-32, jan./jun. 1997.
Fonte da imagem: pedagogie.ac-nantes.fr/innovation-pedagogique
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